Diante da ONU, Trump chama Coronavírus de “Chinavírus”

Foto: reprodução.

O presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, responsabilizou a China pelo dissemínio do que chamou de “Chinavírus” diante da assembleia geral das Nações Unidas.

Donald Trump acusou os chineses de proibirem voos com destino à China mas de permitirem voos de chineses a outros países antes da pandemia começar, o que, segundo ele, teria espalhado o vírus para o mundo.

As referências do presidente estadunidense, que disputa uma chance de se reeleger em novembro próximo, dizem respeito à pandemia de Coronavírus, cujo primeiro foco detectado foi em Wuhan, na China.

O presidente também acusou o país asiático de “virtualmente controlar” a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Ele exigiu que a Organização das Nações Unidas (ONU) “condene a China por suas ações”.

Em seu discurso, ele aproveitou ainda para acusar os chineses de poluírem o planeta com emissões de carbono e descartes de plástico e mercúrio.

“[Os chineses n]ão estão interessados no meio ambiente, apenas querem punir a América (Estados Unidos) e não aceitarei isto. Se as Nações Unidas são uma organização efetiva, deve focar nos reais problemas do mundo: terrorismo, a opressão das mulheres, trabalho compulsório, tráfico de drogas, tráfico sexual, tráfico de humanos, intolerância religiosa e o apagamento étnico de minorias religiosas”, declarou Trump.

Ele continuou afirmando que os EUA são “líderes na luta por direitos humanos” e defendendo direitos como o casamento homoafetivo e a inserção de mulheres no mercado de trabalho.

A segunda metade de seu discurso seguiu com declarações a respeito das capacidades militares dos EUA.

Citando solidariedade a venezuelanos e cubanos, o presidente norte-americano listou alguns países latinoamericanos onde os EUA estariam “lutando contra o tráfico de humanos e de drogas”.

Apesar disso, comemorou o suposto vindouro fim da guerra do Afeganistão.

Trump se definiu ainda como um “otimista” sobre o futuro do planeta e da prosperidade nas Américas, e celebrou a “revitalização da OTAN”.

A fala de Donald Trump

Em ano eleitoral, Donald Trump vem adotando a postura de “candidato da lei e da ordem”, além de sinalizar rigidez como resposta a qualquer “desafiante” que os Estados Unidos possam encontrar.

É o que ocorre quando o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, visita Roraima e enrijece o tom contra os vizinhos venezuelanos.

É também o que se manifesta quando Trump cria na China o “inimigo” responsável pela pandemia de Covid-19, cunhando o termo “Chinavírus”.

Se, para Jair Bolsonaro, a Covid-19 impactou de maneira mais negativa o Brasil por conta da atuação dos governadores, o presidente dos EUA acusa a China de exercer o papel de quem agrava a crise.

Retórica ou não, ambos botam suas nações a formalmente declararem seus posicionamentos diante do mundo.

E a principal potência ocidental responsabilizar a principal potência asiática de agravar uma pandemia global estimulando o uso do termo “chinavírus” é algumas vezes mais importante que a decisão eleitoral de novembro de 2020.

Assista, em inglês, a íntegra da fala:

(NZ)

Redação:
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