Menu

Reuters: Lula vê Brasil desgovernado e diz que vai apoiar quem enfrentar Bolsonaro

BRASÍLIA (Reuters) – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva garante que está aberto a apoiar qualquer candidato que possa derrotar o presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022 e nas disputas municipais deste ano. “Eu estarei disposto a apoiar qualquer candidato que tenha compromisso com o povo trabalhador contra o Bolsonaro. Não precisa ser […]

8 comentários
Apoie o Cafezinho
Siga-nos no Siga-nos no Google News
Foto; Adriano Machado / Reuters

BRASÍLIA (Reuters) – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva garante que está aberto a apoiar qualquer candidato que possa derrotar o presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022 e nas disputas municipais deste ano.

“Eu estarei disposto a apoiar qualquer candidato que tenha compromisso com o povo trabalhador contra o Bolsonaro. Não precisa ser do PT. Se for um candidato do PDT, do PCdoB, do PSB, do PSOL que estiver na disputa em que o PT não esteja, o PT não terá nenhuma dúvida de apoiar qualquer candidato progressista”, disse Lula em entrevista por videoconferência à Reuters na sexta-feira.

Se ele próprio poderá concorrer ou não nas próximas eleições presidenciais, Lula afirma que depende da Justiça. O ex-presidente tem duas condenações criminais por corrupção que o impedem de concorrer, a menos que consiga derrubá-las.

O ex-presidente disse que o PT apoiará legendas de esquerda e centro-esquerda nas eleições municipais de novembro para construir oposição a Bolsonaro, a quem acusou de ter fracassado em liderar o Brasil durante sua pior crise econômica e de saúde pública na pandemia do coronavírus.

“O Brasil está desgovernado, como um transatlântico em alto mar sem comandante, porque o Bolsonaro só cuida de contar coisas dele com fake news, sem se preocupar em cuidar do Brasil. O papel de um presidente é cuidar de seu povo. Isso significa pensar no emprego, no salário, na saúde, em comer três vezes ao dia”, declarou.

Lula diz que o auxílio emergencial melhorou a aprovação de Bolsonaro, mas isso tem um preço e, quando acabar em dezembro, o atual presidente vai ter que explicar.

Ainda um dos políticos mais populares do país, após seu governo de 2003 a 2010, Lula afirma que os casos de corrupção contra ele foram politicamente motivados para impedi-lo de retornar ao poder e espera que as sentenças possam ser anuladas pelos tribunais, conforme surjam evidências de parcialidade dos procuradores.

Lula está seguro de seu lugar nos livros de história por tirar milhões da pobreza e disse que não há necessidade de um mea culpa pelas irregularidades cometidas por seu partido.

“Autocrítica pedem ao PT as pessoas que não têm crítica ao PT, para eles terem um motivo para criticar o PT”, afirmou.

“Certamente não fizemos tudo o que deveríamos ter feito, mas nós fizemos a maior política de inclusão social na história deste país. Nunca se cuidou tanto dos pobres, dos negros, dos indígenas”, acrescentou.

Se Lula estivesse liberado para concorrer e a eleição fosse hoje, ele empataria com Bolsonaro em um segundo turno, de acordo com pesquisa da PoderData, a divisão de pesquisas do jornal digital Poder360, apurada na semana passada.

A pesquisa mostrou que Lula leva vantagem entre mulheres, jovens e eleitores universitários, enquanto Bolsonaro conquistaria Estados do cinturão agrícola, o Amazonas e mesmo o Nordeste, que já foi um reduto de Lula, mas onde Bolsonaro conquistou espaço com pagamentos emergenciais às famílias durante a pandemia.

RECONSTRUÇÃO NACIONAL

Lula, que fará 75 anos no mês que vem, saiu da quarentena na quinta-feira pela primeira vez desde 12 de março para fazer exames médicos de rotina, que mostraram que ele está em boas condições de saúde.

“Deus não foi generoso comigo só na política, mas na saúde também. Eu fiz todos os exames que tem que fazer um ser humano que quer viver até 120 anos, está tudo maravilhosamente muito bem. Tenho a energia de 30 anos e tesão na política de 20 anos”, brincou.

Na segunda-feira, o PT lançará um Plano de Reconstrução Nacional que vai propor a recuperação da economia com fortes investimentos industriais e a criação de um novo programa de assistência social que garantiria às famílias de baixa renda uma bolsa de 600 reais por mês.

Lula foi preso em 2018 e passou 560 dias na prisão até ser libertado em novembro do ano passado, depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) reverteu a possibilidade de iniciar a execução da pena de prisão após condenação em segunda instância, na maior derrota que a corte impôs à operação Lava Jato. O ex-presidente enfrenta outras quatro acusações de corrupção.

“Eu estou tranquilo. Não sei o que a Justiça vai fazer. Eu espero apenas que se faça justiça”, disse. “Estão desmontando o embuste que foi a Lava Jato.”

Candidato ou não, Lula pretende liderar seu partido e começar a viajar pelo Brasil assim que a pandemia diminuir.

O que ele mais quer é ser julgado não pelos tribunais, mas pelos eleitores, em uma eleição em que seu partido concorra contra Bolsonaro pelo legado de melhorar a qualidade de vida dos brasileiros pobres, especialmente no Nordeste, sua terra natal.

“Eu adoraria ser julgado pelo povo brasileiro outra vez… Acabamos com a fome no Brasil e a fome voltou”, disse.











Apoie o Cafezinho
Siga-nos no Siga-nos no Google News

Comentários

Os comentários aqui postados são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião do site O CAFEZINHO. Todos as mensagens são moderadas. Não serão aceitos comentários com ofensas, com links externos ao site, e em letras maiúsculas. Em casos de ofensas pessoais, preconceituosas, ou que incitem o ódio e a violência, denuncie.

Escrever comentário

Escreva seu comentário

LUIS CARLOS GOMES DA SILVA

22/09/2020 - 09h39

Tá não, quem manda é o Donald Trump. e a inda diz que é patriota.

Alexandre Neres

22/09/2020 - 00h28

Mais uma vez Lula falou o simples, o óbvio. Isso faz diferença. Mostrou de que lado está, quem apoiará caso o partido não chegue ao segundo turno. Não tem tempo para picuinha, pois é um estadista.

Vejo tresloucados comentando que “o PT é a esquerda que a direita gosta”, que é associado ao carlismo. Pasmem, quando quem está se aliando ao DEM de ACM Neto e Maia, os maiores porta-vozes do rentismo e fiadores do neoliberalismo do Brasil, que fazem qualquer negócio para as reformas passarem, atropelam quem for, inclusive os direitos fundamentais e o princípio da dignidade humana. Dizem por aí também que o PT iniciou o projeto delenda PDT, que vai fazer de tudo para dizimá-lo, quando na verdade apenas responde quando os ataques que sofre ultrapassam os limites do razoável. São os típicos que projetam no outro o que eles próprios já estão fazendo ou pretendem. Se tivessem formação psicanalítica não falariam certas coisas. Alguém acha possível que o PT fosse se aliar no Ceará com o DEM para derrubar o Ciro, pois a Bahia é um estado importante para o PT.

Hoje em Brasília Dino e Freixo convocaram para a união das esquerdas já em 2020. Quem pretende tirar o Bolsonero tem que começar desde já a formar alianças para tal mister. No texto se comenta sobre a pesquisa Datapoder 360. Acho um equívoco dar um valor demasiado a essas pesquisas em período tão distante, que não raro prestam um desserviço, mas quem navega por esse caminho não pode analisar detidamente umas e desprezar outras quando o resultado não é conveniente. Dino e Ciro tem 3% na dita cuja.

Respeito quem não gosta do Lula e quer trilhar outros caminhos. O que não dá pra entender é não se solidarizar com quem foi vítima de lawfare, foi condenado sem provas, depois de um período macartista/lavajatista em que foi construída uma narrativa diuturnamente para tirar do poder quem foi eleito democraticamente e levar a cabo as reformas neoliberais, considerando que em toda a América Latina está se desenrolando essa nova Operação Condor cuja finalidade é atingir toda a esquerda.

Imaginem se estivéssemos em França no fim do século XIX, hoje já sabemos que papel tiveram vários intelectuais como Zola no caso Dreyfus, a maior farsa judicial daquele país. Foi acusado de ser espião, condenado sem provas, tudo isso porque era judeu, de certa forma um prenúncio do que iria deflagrar umas décadas mais tarde. Como entraria para a História um jornalista que ficasse o tempo todo atacando o capitão. Dizendo que ele não praticou aquele crime, mas que não é flor que se cheire, que é acusado de outras irregularidades, colocando-o sempre nas matérias em ângulos desfavoráveis ou encaixando algumas manchetes que o prejudicassem? Como passaria para a História um jornalista desse jaez? Quinta-coluna? Não mereceria sequer ser objeto de comentários por ter se revelado destituído de caráter? Ou seria condenado ao ostracismo por ter cuspido no prato que comeu e ninguém mais perde seu tempo com figura tão desprezível?

Gilmar Tranquilão

21/09/2020 - 18h34

Acabou de ganhar o troféu Pinóquio de Ouro kkkkkkkkkkk

Ronei Silveira

21/09/2020 - 18h17

El Pilantra Maximo

Camarada

21/09/2020 - 17h52

Temos muitas saudades da época em que Marcelo Odebrecht era Presidente do Brasil e Lula o corretor de negócios dele.

Inesquecível foi a época em que a Presidente do Brasil foi uma mulher que “descobriu o mar nos ovos do pai dela”.

Germano

21/09/2020 - 17h48

Não está na hora de parar de dar voz a esses elementos podres pelo bem do Brasil e em respeito a civilização humana ?

Arthur Fonzarelli

21/09/2020 - 17h46

Pelo menos hoje sabemos quem o desgoverna, quando esse verme entregou o Pais nas mãos da Odebrecht e Cia tava tudo mais difícil.

Arthur Fonzarelli

21/09/2020 - 13h01

Lula se tornou caricatura de si mesmo, nem ele acredita nas besteiras que ele mesmo fala.

A tragédia é ainda ter esse pilantra no meio dos pés e ter que chutar ele.de novo.


Leia mais

Recentes

Recentes