Neste sábado, 19, o juiz federal Marcelo Bretas, da sétima Vara Federal, tornou público o bloqueio de R$273 milhões do criminalista Cristiano Zanin Martins, advogado do ex-presidente Lula nas investigações contra o petista na Lava-Jato.
Também foram bloqueados R$32,4 milhões de Roberto Teixeira, associado de Zanin, e mais R$237 mil do escritório de advocacia dos criminalistas.
A ordem foi despachada no dia 1° e tornada pública no último sábado, 19, após Bretas levantar o sigilo dos autos do documento.
Zanin e Teixeira são investigados na Operação E$quema S por supostos desvios nas unidades fluminenses do Serviço Social do Comércio (Sesc-RJ), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac-RJ) e Federação do Comércio (Fecomércio-RJ).
Segundo investigadores, o esquema teria como pano de fundo tráfico de influência nas decisões do Judiciário e no Tribunal de Contas da União (TCU) para favorecer o então presidente da Fecomércio, Orlando Diniz, também investigado na Lava-Jato.
“Prática que, em tese foi replicada pelos demais escritórios ora investigadores, formando um verdadeiro grupo criminoso voltado supostamente para o cometimento dos delitos de peculato, corrupção ativa, tráfico de influência e exploração de prestígio, tudo sob o manto do exercício da advocacia”, apontou Bretas.
Em nota, Zanin afirmou que as apreensões eram “fakes” e diz ser vítima de lawfare.
“Para além do abuso de autoridade e do lawfare, trabalham com a mentira e a desinformação mesmo contra alguém que sempre atuou na iniciativa privada”
Em outro momento, Zanin também afirma que a decisão de Bretas é “uma clara tentativa de me enfraquecer em processos decisivos que estão sob a minha condução e que contestam a legalidade da própria Operação Lava Jato, em especial, aquele que trata da suspeição do ex-juiz Sérgio Moro”.
Na última quarta-feira, 16, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) entrou com uma representação no Supremo Tribunal Federal (STF) na tentativa de suspender os bloqueios ordenados por Bretas.