O Atlas da Violência 2020, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) divulgado nesta quinta (27) mostra que o número de homicídios de pessoas negras no Brasil cresceu 11,5% entre 2008 e 2018.
O de pessoas não-negras caiu 12,9% no mesmo período.
Nesses mesmos dez anos, 628 mil pessoas foram assassinadas no Brasil, segundo dados oficiais.
91,8% dessas vítimas eram homens.
Entre mulheres negras, a taxa de homicídio também aumentou, mas no valor de 12,4% no mesmo período, diminuindo entre mulheres não negras pelo valor de 11,7%.
Segundo o relatório, uma mulher foi assassinada no Brasil a cada duas horas em 2018: 4.519 mulheres foram vítimas de homicídio; 4,3 a cada 100 mil mulheres.
Destas, 68% eram negras.
Segundo os dados para o ano de 2018, do total de 57.956 homicídios no país naquele ano, 75,7%, ou seja, mais de três quartos, eram de pessoas negras.
No mesmo ano, o IBGE dava conta de que 55,8% da população se declarava negra.
Segundo o número de homicídios por 100 mil habitantes em cada unidade da federação, Roraima é o estado mais violento, com 71,8 homicídios por 100 mil habitantes, enquanto em São Paulo esse valor é o menor do país: 8,2.
O Atlas levanta ainda que para cada não negro assassinado no Brasil em 2018, 2,7 negros foram assassinados.
O número de homicídios vinha apresentando queda desde 2017.
Contudo, voltou a subir nos primeiros meses de 2020, segundo indicam dados preliminares da pesquisa.
O documento levanta ainda que 71,1% dos assassinatos praticados no Brasil hoje levam a autoria de uma arma de fogo.
30.873 do total de vítimas de homicídio em 2018, ou seja, 53,3% do total, é composto de jovens que tinham entre 15 e 29 anos.