O programa Renda Brasil, que tinha previsão de lançamento para esta terça (25), foi adiado por ser insatisfatório diante das vontades do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Bolsonaro considerou insuficiente o valor médio de R$ 247 mensais proposto pela equipe de Paulo Guedes para os eventuais beneficiários do Renda Brasil.
O novo programa prevê três “atos” ao longo de sua implementação, segundo apura o Estadão:
- Transferência de renda com o fim do auxílio emergencial e transição para o Renda Brasil;
- Novo programa de emprego, chamado “Carteira Verde Amarela”, que vai baratear a contratação dos contemplados pelo programa e prevê um complemento de renda em um tipo de “imposto negativo”;
- Redução nos encargos que as empresas pagam sobre salários.
Para bancar os R$ 52 bilhões que o programa deve custar, Guedes propôs a extinção de programas considerados “ineficientes”.
Seriam o abono salarial (benefício de um salário mínimo voltado para quem ganha até dois pisos); o seguro-defeso (pago a pescadores artesanais no período de desova, quando a pesca é proibida); o salário-família (destinado a trabalhadores formais e autônomos que contribuem com o INSS de acordo com a quantidade de dependentes); e o Farmácia Popular (que distribui gratuitamente medicamentos).
Para esta terça (25), o governo deve apresentar apenas o programa Casa Verde Amarela, que reformula o Minha Casa, Minha Vida, dentro do pacote “Pró-Brasil”.
O presidente vê no Renda Brasil uma oportunidade de viabilizar sua reeleição, dada a aparente popularidade desencadeada pelo auxílio emergencial.
“Estou pensando em prorrogar por mais alguns meses, mas não com R$ 600 e nem com R$ 200. Um meio-termo aí até a economia pegar”, afirmou Bolsonaro a apoiadores na segunda-feira (24).