Por Nelson Barbosa
A opinião da Folha reflete o pensamento preponderante na cidade de São Paulo, hoje muito influenciado pela “Faria Lima”, aquela pequena comunidade de 100 mil a 150 mil pessoas cuja vida gira em torno do mercado financeiro.
Tivemos um bom exemplo da lógica “farialimer” no editorial “Jair Rousseff”, que tentou equiparar Bolsonaro a Dilma. Do ponto de vista político, nossa ex-presidente já respondeu à Folha, apontando o absurdo de igualar uma liderança democrata com um presidente de viés autoritário. Neste texto, abordarei o raciocínio econômico do editorial.
Em primeiro lugar, a Folha exagera ao dizer que houve gasto sem limite durante o governo Dilma. Houve expansão fiscal? Sim, houve, sobretudo em 2012-14, mas não muito diferente do ocorrido em outros governos.
Quando se trata de uma razão, numerador e denominador importam. Traduzindo do economês, quando a economia desacelera, o gasto do governo pode crescer mais lentamente do que no período anterior e, ainda assim, subir em proporção do PIB.
Foi assim na comparação entre o primeiro e o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso. Foi assim na comparação entre o segundo mandato de Lula e o primeiro mandato de Dilma. O gasto primário desacelerou sob Dilma.
O gasto deveria ter desacelerado mais? Presumo que a Folha ache que sim, e essa é minha segunda crítica ao editorial. Em momentos de crise, um ajuste fiscal muito forte pode se autoderrotar derrubando o PIB. Ilustro novamente com um exemplo: o Brasil de 2015.
No início do segundo mandato de Dilma, fizemos forte ajuste fiscal, e isso foi um erro (sim, isso foi autocrítica).
A economia não estava bem, e a combinação de colapso dos preços internacionais de commodities com os efeitos internos da Operação Lava Jato derrubou o nível de atividade econômica muito além do que era esperado, por governo e mercado, no início de 2015.
Naquele contexto, ao fazer forte contração fiscal e rápido realinhamento de preços de energia, o governo federal empurrou a economia mais para baixo.
Era preciso fazer exatamente o contrário, Orçamento com déficit para estabilizar a economia, como Dilma acabou propondo na segunda metade de 2015, mas o Congresso só aprovou em meados de 2016, com Temer.
Assim como hoje, a Folha também pediu mais recessão em 2015. Felizmente, Temer ignorou o pedido e flexibilizou a política fiscal em 2016.
Apesar do discurso de austeridade, houve forte elevação de despesa antes da implementação do teto de gasto. O déficit acabou sendo muito maior do que Dilma havia proposto, e isso ajudou a estabilizar economia no início de 2017.
A expectativa era que o PIB decolaria a partir de então, mas isso não ocorreu. Crescemos pouco, com quase estagnação do PIB per capita em 2017-19, tudo isso antes da Covid.
Parte da estagnação veio da política fiscal, da decisão de promover consolidação fiscal prematura em uma economia que mal havia saído de uma grave recessão. Hoje corremos o mesmo risco, e essa é minha terceira crítica ao editorial da Folha.
Nosso debate sobre política fiscal frequentemente cai no maniqueísmo: “Teto de gasto versus gastança sem limite”. Quem acompanha o assunto sabe que existem regras alternativas para permitir elevação ou manutenção de alguns gastos necessários —como infraestrutura, saúde e educação— ao mesmo tempo que se controlam despesas não essenciais —como salários elevados de algumas carreiras.
Ao insinuar que toda e qualquer mudança do teto Temer gerará crise cambial e monetária, o editorial da Folha não ajuda o debate racional do tema. Precisamos de regra fiscal mais adequada à nossa realidade econômica e social, bem como devemos levar em conta que a economia pode não se recuperar rapidamente da pandemia.
Já apostamos na fada da confiança e no PIB privado em 2017-19, sem sucesso. Fazer isso novamente é arriscado, sobretudo quando milhões de famílias só não estão na pobreza devido ao auxílio emergencial de R$ 600 criado pelo Congresso.
O fato de até Bolsonaro se render à necessidade de manter um mínimo de transferência de renda e investimento deveria fazer a Folha refletir que, talvez, mais do que “impulso populista”, nossa elevada desigualdade de renda e grande carência de infraestrutura acabam empurrando qualquer governo para a realidade, isto é, para fora da bolha da Faria Lima.
Nelson Barbosa é professor da FGV e da UnB, ex-ministro da Fazenda e do Planejamento (2015-2016) e doutor em economia pela New School for Social Research
Clever Mendes de Oliveira
26/08/2020 - 20h29
Redação,
Texto muito bom do Nelson Barbosa! Valeu a publicação dele aqui. Vou transcrever aqui um comentário meu que está no Disqus, mas que não foi publicado porque eu mencionava links externos e segundo as Regras de Uso do Blog Tijolaço dirigido por Fernando Brito isso não seria permitido. Para evitar que o comentário fosse descartado cheguei a retirar os links, mas mencionando os posts ou editoriais indicados, mas não adiantou. Disse eu lá:
“Fiz uma defesa do governo da ex-presidenta às custas do golpe tanto do primeiro como do segundo mandato. Foi em um comentário que fiz junto ao post “Xadrez do fator é a economia, estúpido!, por Luís Nassif” de quarta-feira, 30/08/2017, de autoria de Luis Nassif e no blog dele no seguinte endereço [Retirei o Link pois segundo as regras de uso (Comment Policy) não se podem reproduzir e divulgar links de sites externos. Volto com os links aqui]:
https://jornalggn.com.br/coluna-economica/xadrez-do-fator-e-a-economia-estupido-por-luis-nassif/
Meu comentário, enviado quinta-feira, 07/09/2017, antigamente aparecia logo na primeira página, mas posteriormente houve inversão da ordem dos comentários e ele aparece lá no final junto ao comentário de Junior 5 Estrelas, enviado uma semana antes, na quinta-feira, 31/08/2017 às 10:29, e assim é preciso garimpar muitos comentários para o encontrar.
Meu objetivo ao elaborar o comentário era duplo. De um lado eu pretendia defender a atuação do STF e de outro eu visava defender o governo da ex-presidenta às custas do golpe Dilma Rousseff.
Em uma parte eu defendia o entendimento que o Supremo tinha de atuar de tal modo que dele saísse uma espécie de ditadura da Constituição e para isso ele não podia nem torna-se a sociedade muito mais avançada, pois isso levaria a uma maior resistência da sociedade a essa ditadura, nem permitir que a sociedade se arrastasse para a escuridão.
Na outra parte, eu procurava mostrar que tanto a política econômica do primeiro governo da ex-presidenta às custas do golpe Dilma Rousseff como a do segundo foram corretas e deveriam ser mais bem compreendidas quando se atentasse para as circunstâncias da época. A circunstância mais impactante foi a queda do preço das commodities a partir de junho de 2014.
De brincadeira costumo dizer que é preciso ler meu comentário para entender aquela realidade econômica, fator fundamental para o golpe. O autoelogio não é tanto pelo conteúdo em si do meu comentário, mas dos links que lá indico. Um deles não está mais disponível, mas felizmente a Folha de S. Paulo fez uma atualização dele. Trata-se do editorial “Gambiarras fiscais” de quarta-feira, 12/06/2019, e que pode ser visto no seguinte endereço [Aqui também cabe a observação de que retirei o Link, pois, segunda as “Regras de Uso” (Comment Policy) não se podem reproduzir e divulgar links de sites externos. Como disse acima, volto com os links aqui neste post]:
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2019/06/gambiarras-fiscais.shtml
Junto ao post “Utilidade Pública: Links de Estatísticas Fiscais” de sexta-feira, 20/09/2019 às 15h04, no Blog de O Cafezinho e de autoria da Redação eu fiz dois comentários com links interessantes também e que por isso também deixo aqui o endereço [Do mesmo modo também aqui retirei o Link, pois, segunda as “Regras de Uso” (Comment Policy) não se podem reproduzir e divulgar links de sites externos. E do mesmo modo volto com o link aqui]:
https://www.ocafezinho.com/2019/09/20/utilidade-publica-links-de-estatisticas-fiscais/
O importante é perceber que o editorial da Folha de S. Paulo realiza uma crítica ampla que atinge a todos o que dá a impressão de ser um jornal isento, mas é um editorial que não analisa as circunstâncias que rodeiam os dados que o quadro da receita e despesa que é mostrado no editorial.
A intenção do jornal é passar-se por imparcial, mas para um observador mais atento o que a Folha redigiu não mostra rigor e afinco em entender a realidade e se destina mais a repassar um discurso que de um lado é aceito pela maioria mas o que não dá garantia de sua exatidão e de outro funciona como uma justificativa para os posicionamentos políticos da Folha. Embora se deva recomhecer que a verdade seja de difícil revelação, a Folha não faz nenhum esforço em lhe descobrir o veu.”
O comentário consta no Disqus como tendo sido enviado há três dias para o post “A falha da Folha com a democracia. Por Dilma Roussef” de sábado, 22/08/2020 às 07:33. Provavelmente foi na noite de sábado para domingo, pois eu o datei do dia 22/08/2020. Creio que há perdas para o blog fazer essa restrição a menos que os links representem despesas a mais.
Avalio que qualquer discussão sobre o editorial “Jair Rousseff” como a Folha de S. Paulo intitulou o seu editorial sobre as contas do governo Bolsonaro para o dizer semelhante ao governo da expresidenta às custas do golpe precisa mencionar também o editorial “Gambiarras fiscais” que poderia ter chamado “Michel Rousseff”.
E a análise precisa ser feita mais com o enfoque adotado por Nelson Barbosa. É preciso detalhar as circunstâncias econômicas que favoreceram a crise. Mesmo o artigo de Nelson Barbosa deixa a desejar. Ele não diz nada sobre a volta dos investimentos que empreenderam forte elevação no quarto trimestre de 2012, no primeiro e no segundo trimestre de 2013. Nem diz nada sobre a reversão desta retomada dos investimentos que se verificou no terceiro trimestre de 2013, por coincidência logo após as manifestações de junho de 2013. Também não mencionou a queda dos preços das commodities a partir de junho de 2014. E haveria muito mais a realçar e Nelson Barbosa de certo modo passou batido, muito embora tenha feito menção a vários aspectos importantes.
Abraços,
Clever Mendes de Oliveira
BH, 22/08/2020
gilvanildo
25/08/2020 - 18h20
O tal lado de fora da “bolha da faria lima” é outra bolha. A bolha do nacional desenvolvimentismo, do progressismo, da ideia furada e insustentável de economistas da Unicamp de que o Estado deve induzir a economia. Isso não funciona em lugar nenhum. Só serve para promover voos de galinha. Mas politicos as adoram, por lhes dar algum protagonismo. Depois a culpa “nunca” é deles……
Pior ainda são aquelas ideias de que, em nome de se combater as desigualdades, se deva punir os mais ricos. Faça-se isso e no fim seremos todos igualmente pobres.
A verdade é mto simples: países ricos são ricos não é por acaso e países pobres são pobres não é por acaso. E é tudo mérito de cada um.
Clever Mendes de Oliveira
26/08/2020 - 14h49
Gilvanildo (25/08/2020 às 18h20),
Os gastos com o setor militar dos Estados Unidos para 2020, se tudo tivesse corrido bem em 2020 (ano orçamentário deles é diferente, indo de 01/10/2019 a 30/09/2020), seria de um trilhão de dólares, ou seja, 5% do PIB americano. Isso em tempo de paz.
Bem, Simon Smith Kuznets (Pinsk, 30 de abril de 1901 — Cambridge, 8 de julho de 1985), um economista russo naturalizado estadunidense que recebeu o Prémio de Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel de 1971, foi um dos que mais desenvolveram a metodologia do cálculo do PIB, tendo chegado a conclusão que o gasto com as Forças Armadas não deveriam ser incluídos no PIB porque não são produtivos. Em outras palavras, o gasto com exército é pior do que o gasto com a corrupção, pois essa pelo menos entrega algum produto já o gasto com o exército não entrega nada.
Você poderá me corrigir e dizer que os gastos com o setor militar entregam e entregam muito e eu serei forçoso a reconhecer que você estaria certo. Afinal, todos os grandes desenvolvimentos tecnológicos nos últimos 70 anos foram decorrentes de gastos militares principalmente nos Estados Unidos. E esse rol de desenvolvimentos tecnológicos cresce quando se incluem os gastos com pesquisa, realizados por empresas estatais como, no caso dos Estados Unidos, a Nasa e as agências de inteligência: Pentágono, NSA, CIA e FBI.
Os Estados Unidos cresceram muito com o Déficit Público elevado e cresceram também até mais do que atualmente quando tinham alíquota elevada no imposto de renda. Então combater a desigualdade via sistema tributário não é nenhum empecilho ao crescimento econômico. E com o crescimento econômico ricos e pobres são beneficiados.
E mais, na desigualdade absoluta, para onde tende o capitalismo, se não houver a mão visível do Estado, o capitalismo soçobra. Enfim, “punir os mais ricos” não é necessário para a esquerda implementar uma política distributiva.
Abraços,
Clever Mendes de Oliveira
BH, 26/08/2020
oliveira
27/08/2020 - 23h32
Nao considerar o gasto militar no pib é tão absurdo q nao passa nem no crivo da lógica, q dirá de estudos econometricos e td mais. Afinal de contas é dinheiro q entra e circula na economia, com contas e salários sendo pagos, fornecedores, contratos e etc. É óbvio q impacta o pib.
Agora, comparar os orçamentos públicos brasileiro e norte-americano acho complicado. Veja, tds os países minimamente civilizados tem duas moedas que lhes interessa: a local (Real no caso do Brasil) e o Dolar americano. O único dos civilizados em que essa regra não é válida é os EUA, por eles serem os donos do Dolar. Enqto o mundo confiar que a dívida americana não corre risco de não ser paga (e já não é todo mundo que acha isso, apesar de eles nunca terem dado calote), eles poderão seguir se endividando, afinal o treasury (título de dívida do governo americano) é tido como equivalente a cash.
O mesmo não ocorre do nosso lado. Não há demanda mundial pelo nosso Real e o nosso ambiente para o investimento externo não é o mais amistoso. Por isso enfrentamos muito mais problemas em razão dos desequilíbrios das nossas contas públicas (a arrecadação pública fica em risco, os gastos estatais são quase todos fixos e nós já demos calote), das turbulências políticas e do peso sufocante do Estado em nossa economia.
Em resumo: se vc é um bom pagador, tem recursos e contas equilibradas, vc acaba sendo até mesmo disputado para tomar crédito. Já se há qualquer dúvida quanto a tua capacidade de honrar teus compromissos isso fica mais difícil.
Mas pior do q isso tudo, na minha visão, é a qualidade do gasto, o da onde que vem e para onde q vai o dinheiro público, e os incentivos q isso manda à sociedade. Os EUA incentivam as pessoas a correrem atrás, lutarem, pq enriquecer é possível, ninguém te atrapalha, e em se querendo tds prosperam por lá. No Brasil, o incentivo é a se agarrar ao Estado e sugá-lo de incontáveis maneiras, sendo q o q ele dá de um lado, tira de outro, sem nunca criar a necessária riqueza. A riqueza só é criada na iniciativa privada, nas trocas livres e espontâneas entre os indivíduos. Estado só drena recursos da sociedade.
Clever Mendes de Oliveira
29/08/2020 - 01h14
Oliveira (quinta-feira, 27/08/2020 às 23h 32),
Concordo quando você diz: “Não considerar o gasto militar no pib é tão absurdo q não passa nem no crivo da lógica”. Não creio, entretanto, que sua afirmação esteja correta do ponto de vista lógico. Pelo menos se não houver lógica no absurdo. Se não passa no crivo da lógica é um absurdo.
Já o seu complemento, quando você diz “[a]final de contas é dinheiro q entra e circula na economia, com contas e salários sendo pagos, fornecedores, contratos e etc. [é] óbvio q impacta o pib”, pareceu-me de todo correto.
Agora vou dar um exemplo de algo que impacta o PIB, mas que dá sentido a alegação de Simon Smith Kuznets de retirar do cálculo do PIB os gastos militares. Vamos supor que você constitua uma empresa de prestação de serviços encarregada de assassinar pessoas a preço fixo ou variável. No fim do mês a sua receita foi de 1 milhão de reais e as suas despesas, incluindo pagamento de assassinos, seja com carteira assinada, seja por empreitada, sejam de 750 mil. Este valor de 250 mil seriam uma espécie de valor agregado. Que é o que o PIB mede.
O que ocorre é que a metodologia do PIB recomenda que se retire do PIB a parte decorrente de criminalidade (assassinato de aluguel, roubo, corrupção). Este abate no PIB é estimado de acordo com o grau de criminalidade existente no país. No fundo são valores irrisórios, algo em torno de 1% do PIB, mas ele se dá, pois esse PIB não constitui um valor efetivo de acréscimo a produção.
Sob o mesmo argumento Simon Smith Kuznets queria tirar os gastos militares da composição do PIB. Os gastos militares não são produtivos. O serviço militar não entrega um valor no exercício da sua atividade.
Também concordo com você que não se deve comparar os Estados Unidos com o Brasil. Acho essas comparações sempre capengas. Essa fraqueza das comparações é fácil de ser observada quando você tenta comparar o Brasil com os Estados Unidos. Nesse sentido de comparação capenga veja a que você faz no trecho transcrito a seguir:
“Os EUA incentivam as pessoas a correrem atrás, lutarem, pq enriquecer é possível, ninguém te atrapalha, e em se querendo tds prosperam por lá. No Brasil, o incentivo é a se agarrar ao Estado e sugá-lo de incontáveis maneiras”.
Será que é isso mesmo que ocorre? Como eu já disse, o gasto do governo federal americano com um setor improdutivo: o exército é de 5% do PIB. E só o governo federal tem um déficit de 5% com o PIB. Como você sabe se esses 10 pontos percentuais do PIB não estão levando as pessoas a agarrem ao Estado e a o sugar de incontáveis maneiras? Infelizmente você não sabe, mas nos dizem isso tão diariamente que somos levados a crer que se trata de uma verdade.
Quanto a particularidade da moeda, vale lembrar que eu mencionei os Estados Unidos porque acompanhamos esse país com mais detalhe do que outros. Ainda assim quase todo a Europa tem gastos militares de cerca de 2% do PIB e tem déficit público de cerca de 2% do PIB. Índia, Turquia, Rússia e China devem tê-los em torno de 3% tanto para os gastos militares como para o déficit público.
De todo modo, a particularidade do dólar como moeda mundial, dando uma vantagem competitiva aos Estados Unidos não pode ser negada. Eu pelo menos não a nego. Entretanto eu não tenho formação em economia. Minha opinião tem nenhuma relevância. E há opiniões contrárias. Este é o entendimento do economista Michael Pettis, nascido em 16/06/1958, em Saragoça (Espanha) filho de mãe francesa e pai americano e professor de Finanças na Escola de Administração de Guanghua na Universidade de Peking em Beijing, exposto em célebre artigo intitulado “O privilégio exorbitante dos EUA”, publicado no Valor Econômico de quinta-feira, 15/09/2011 e que pode ser visto no seguinte endereço:
https://valor.globo.com/opiniao/noticia/2011/09/15/o-privilegio-exorbitante-dos-eua.ghtml
Bem há outro trecho que eu concordo com você e que ocorre quando você menciona a qualidade do gasto. Qualquer país deve importar-se com a qualidade dos gastos. Agora, devemos ter uma capacidade maior de entender essa questão do gasto público. Eu abordei a questão do gasto com as Forças Armadas que para aquele que mais desenvolveu a metodologia do gasto do PIB não deveria compor o PIB, pois seria um gasto improdutivo. E, no entanto, quase todo o desenvolvimento tecnológico no mundo nos últimos 70 anos vieram dos gastos militares principalmente americanos.
E vou dar outro exemplo. Suponhamos que a NASA tivesse sido fundada para buscar petróleo na Lua. Suponhamos que você estivesse presente e fosse um nome de repercussão na intelectualidade e na política americana e se arrancasse em uma disparada de discursos conclamando o povo e os políticos americanos a se rebelar contra aquela aventura estúpida, sem nenhuma lógica e, portanto totalmente absurda e que causaria a dilapidação do dinheiro público. Eu lhe daria plena razão se eu fosse um cidadão americano e certamente diria esse cara sabe o que diz.
Agora buscar petróleo na Lua é um objetivo mensurável, concreto, quantificável, tudo que se deseja para um objetivo. Absurdo e, portanto, sem lógica, mas mensurável. No entanto, a Nasa foi criada para a conquista do espaço. Há algo menos quantificável do que isso? E como aquela piada do velho correndo atrás de moça e cachorro atrás de carro: e se alcançar o que que faz? No entanto, a Nasa também contribuiu em muito para o desenvolvimento tecnológico americano.
Enfim é isso. É preciso quando em vez chacoalhar os valores em que nós nos formamos para ver quais deles possuem bons fundamentos.
Abraços,
Clever Mendes de Oliveira
BH, 28/08/2020
Oliveira
29/08/2020 - 22h59
Clever, não considero o gasto militar como improdutivo. Tbm não sou economista, mas me interesso pelo assunto. Certa vez, durante minha graduação, estava sendo promovida uma semana acadêmica. Um dos palestrantes era o pai de um de nossos professores. Ele era professor economista e lecionava em outra instituição, uma universidade estadual. Nessa palestra ele disse algo que lembro bem até hoje. Nos perguntou se sabíamos de onde vem o PIB do Brasil. Respondeu dizendo q era da soma dos PIBs individuais de cada estado brasileiro. E de onde vem o PIB dos estados? Da soma dos PIBs individuais de cada município dos estados. E o PIB dos municípios? Do “PIB” dos seus moradores e empresas. Isso faz todo sentido para mim até hoje. Claro que nessa conta não entra o dinheiro sujo da criminalidade. Talvez entre como perda, nao sei.
Isto posto, as forças armadas, contratando serviços e trabalhadores, pagando salários, contas, impostos e etc, é claro que gira a economia, portanto tem impacto no PIB, mesmo que ela – as forças armadas – não obtenha nenhum lucro. Entretanto, algumas pessoas estão sim lucrando com o gasto militar! Em muitos lugares existem as chamadas estatais dependentes, que existem para atuarem em algum ramos da economia que, apesar da demanda existente, não dá lucro, e portanto nao são do interesse da iniciativa privada. Logo, elas são deficitárias por definição, e dependem de constantes injeções de recursos do governo para fecharem suas contas. Também não deveriam compor o PIB, pela lógica do economista Simon Smith Kuznets, mas compõem por efetivamente ser o Estado gastando dinheiro. Se isso tudo é bom ou ruim pode entrar naquela questão da qualidade do gasto. São decisões políticas.
Quanto a questão de déficit público, somente a informação de ser de 2% ou 3% ou X% do PIB acho q diz muito pouco. Esse déficit é primário ou nominal? E quanto ao vencimento dessa dívida?? É de curto prazo ou de longo prazo? Veja, tal qual uma família, que eventualmente contrata um financiamento para ter a tão sonhada casa própria, o total desse endividamento pode corresponder a muitas vezes o “PIB” anual dessa família, mas as parcelas cabem no bolso a medida que vão vencendo. Caso a fonte de renda dessa família seja momentaneamente interrompida ou reduzida, poderá ter problemas. Com as contas públicas eventualmente pode ocorrer o mesmo. Delfin Neto (a quem eu não alimento qualquer admiração enquanto economista) certa vez disse que a dívida pública não se paga, se rola. Correto. Mas o JURO dessa dívida precisa ser pago! E o dinheiro desse juro não deve vir de mais endividamento (pelo menos isso não é nada inteligente). Tem que vir da arrecadação normal de impostos. Essa que é a diferença entre saldo primário e saldo nominal. No primeiro, na conta receitas menos despesas, não se soma os juros da dívida, já o saldo nominal soma tudo, inclusive os juros de dívida. Por isso que é tão importante jamais entrarmos em déficit primário (ou por o mínimo de tempo possível) pois isso significa que não estamos recebendo (arrecadando) nem mesmo o suficiente para pagar as despesas do dia a dia. E lamentavelmente é essa a situação atual do Brasil. Ter déficit nominal não é necessariamente um problema, contanto que se tenha superávit primário.
Alguns alegam que o governo pode imprimir dinheiro novo, emissão monetária, aumentar a base monetária. Isso gera inflação e deve ser evitado, especialmente se for feito via dinheiro novo em circulação na praça. Argentina que o diga…
Quanto ao incentivo lá e cá, do ponto de vista do individuo, sem sombra de dúvidas reafirmo o que disse. Em geral, o ser humano é um bicho que reage de acordo com os estímulos e incentivos do ambiente. Aqui o incentivo é a se dedicar com todas as forças a passar num bom concurso público, já que é quase impossível demitir, se ganha razoavelmente bem (há exceções) e as exigências no exercício da função podem não ser muitas (tbm há exceções). Em compensação, se vc for querer empreender, é como o filósofo LF Pondé sempre diz, tu é quase um inimigo da sociedade, é cheio de situações e burocracias sem sentido (aquela velha história de criar dificuldades para vender facilidades) e que só atrapalham ou servem para proteger o status quo de outros que se valeram de alguma boa influência junto a políticos para minar a competição. Ter lucro é quase um crime. Da mesma forma, se vc for um grande empresário, investidor, a mensagem não é muito diferente: alie-se a classe política e construa barreiras aos seus concorrentes ou consiga um bom benefício fiscal ou contrato com o governo. Os recorrentes escândalos de corrupção corroboram isso. Aqui não há, ou há mto pouco incentivo à inovação, a empregar, ao empreendedorismo, a geração de riqueza, a eficiência ou ao mérito do próprio esforço.
Não me atrevo a afirmar que nos EUA não ocorram coisas semelhantes, mas se sim, é em muito menor proporção do que aqui. A cultura lá é totalmente diferente. É a do “self made man”, é a terra das oportunidades, onde em se trabalhando honestamente e legalmente se consegue praticamente tudo. Também não se precisa esperar muita coisa vinda do Estado, por isso, “pedale”. E a punição à quem se desvia é praticamente certa. Não que seja um país perfeito, maravilhoso. Longe, muito longe disso. Mas pelo menos em termos econômicos, o estímulo que emana para os indivíduos do ambiente cultural, político, institucional e econômico é esse. Enquanto aqui for a terra do “jeitinho brasileiro”, do “quem não chora não mama”, do “o q é proibido é mais gostoso”, do “uma mão lava a outra”, entre outras, terei poucas esperanças no Brasil.
Abraço.
Clever Mendes de Oliveira
31/08/2020 - 00h12
Oliveira (sábado, 29/08/2020 às 22h59),
Você precisa reclamar é de Simon Smith Kuznets e não de mim. Eu concordo com você que os gastos com o Exército movimentam o PIB. Você precisa entender que não foi o crítério de movimentar o PIB que levou Simon Smith Kuznets a querer retirar os gastos com o Exército da composição do PIB.
O que levou Simon Smith Kuznets a querer retirar os gastos com o Exército da composição do PIB é o fato de que o serviço prestado pelo Exército é improdutivo.
É até diferente do critério que se usa de retirar da composição do PIB os serviços decorrentes da criminalidade no sentido de que o serviço prestado pelo Exército é legal enquanto o serviço prestado por exemplo pela empresa de assassinato não é legal.
Agora, a empresa de assassinato também movimenta o PIB, ao comprar armas, ao comprar produtos químicos de efeitos letais, ao pagar os assassinos com carteira assinada ou contratado por operação. Um desses contratados pode com o pagamento recebido, comprar um carro e assim por diante.
Então o dinheiro sujo da criminalidade entra sim no PIB. Uma organização mafiosa que cobra proteção presta o serviço de proteção, recebe pela prestação do serviço e movimenta o PIB com o dinheiro recebido. Por convenção metodológica estima-se o percentual do PIB que é decorrente da criminalidade e retira-se esta parte do PIB calculado.
A ideia do palestrante sobre o PIB ser dos indivíduos e das empresas serve como uma aproximação e serve também para demonstrar a importância do município, mas, em geral, é colocada por pessoas que olham muito para o umbigo e não se importam com o restante. É opinião em geral de quem mora em município rico e não quer repartir as riquezas com os municípios pobres.
A ideia do palestrante, então, é normalmente considerada pelo natural de município rico que acha que aquele município não pode ajudar os municípios mais pobres. Na verdade essas ajudam só tem efeito se forem realizadas por uma força maior, ou seja, pelos Estados e pela União, que tentam dar maior igualdade não só social como também regional.
Quando o governo de Minas arrecada mais das empresas de Belo Horizonte e asfalta uma estrada ligando Pedra Azul – Almenara, ele aumenta o PIB de Minas Gerais, e realiza esse aumento de forma mais equânime e proporciona um aumento bom pois é um aumento decorrente de investimento e muitas vezes esta estrada é asfaltada por uma empresa de outro estado.
Pense nas Universidades Públicas Federais, Estaduais etc. Elas podem ser consideradas como obra de um município? É claro que não. A Petrobras explorando petróleo em alto mar é uma empresa com sede no Rio, pertencendo em sua maior parte à União, mas tendo também capital estrangeiro.
Uma empresa de ônibus que leva passageiros de Brasília para Porto Seguro, com motorista mineiro impacta o PIB, mas esse impacto é decorrente de qual município? O transporte inter-urbano é de competência dos Estados, o transporte interestadual é de competência da União. E a sede das empresas pode estar em um município em que ela nunca presta o serviço.
Uma empresa de aviação estrangeira trazendo estrangeiros da Europa e os deixando no Rio de Janeiro que de lá vão para Recife onde vão contratar um serviço para visitar a ilha de Fernando Noronha, que municípios é considerado na composição do PIB decorrente dos serviços prestados, do combustível pago e consumido?
E uma vez que não foi adotada a ideia de Simon Smith Kuznets de não incluir na composição do PIB o gasto com o Exército, como o incremento do PIB decorrente do gasto com o Exército deve ser considerado dentro desta visão de composição municipal do PIB? Não sou economista, mas posso afirmar que a ideia do palestrante não tem nenhum embasamento econômico.
A sua ideia de empresa estatal que não dá lucro não deveria entrar na composição do PIB não se ampara em nada do que eu disse. E nem tem amparo no conhecimento econômico pelo mínimo que qualquer um deveria saber sobre a composição do PIB.
E eu disse até o até o contrário dessa ideia sua. Eu mencionei o caso da Nasa cujo objetivo é pior do que não dá lucro, e é pior do que buscar petróleo na lua que seria um objetivo que só daria prejuízo. E quase todo o gasto com a Nasa foi incluído como investimento, impactou o PIB, assim como impactou o PIB o gasto da Nasa com os salários dos astronautas e de toda a equipe técnica.
E o que é mais importante, o gasto com a Nasa ajudou a economia americana a ficar mais eficiente à medida que muitas tecnologias desenvolvidas pelos pesquisadores da Nasa passavam a ter aplicação prática.
E é bom lembrar que uma empresa privada pode quebrar. Começa a dar prejuízo e não consegue pagar a dívida e quebra. Essa empresa investiu comprando equipamento, maquinário, contratou e pagou empresas para construir prédio, galpão, etc, mas não foi para frente. Pois bem todo o investimento prévio necessário para a empresa entrar em operação representa aumento do PIB.
O lucro é uma forma de medir o PIB. No entanto o PIB não é só o lucro. De modo mais abrangente se pode dizer que sob a ótica da renda o PIB é igual ao rendimento de salários (S) mais o de arrendamentos (R) mais o de lucros (L), mais o de juros (J), mais o de amortizações (A), mais o devido ao ente político em decorrência dos impostos indiretos, menos os subsídio (Z), ou seja, o PIB = S + R + L + J + A + Z.
O PIB também é o somatório da produção. E o PIB é também é medido pela ótica das despesas realizadas pelos agentes econômicos. Nesse sentido o PIB é a soma das despesa em consumo das famílias (C), das despesas do Estado (G) das despesas com investimentos (I), das despesas com exportação pelos estrangeiros (X) e das despesas com importação (Q). Como as importações são de produtos (E serviços) produzidos no exterior eles não contam como o PIB do país e então o PIB pela ótica da despesa seria PIB = C + G + I + X – Q.
A metodologia do cálculo do PIB recomenda-se que se faça o cálculo pelas três modalidades até que se chegue ao ponto em que há resultado semelhante para os três casos.
Conhecer o déficit primário, operacional e nominal é importante, mas não se pode comparar a economia de uma família com a economia de uma nação. Todas as nações tem déficit. Ele é um instrumento importante de condução da economia capitalista.
Os Estados Unidos servem como exemplo porque os dados daquele país estão facilmente disponíveis. Final da segunda guerra da dívida pública americana era de mais de 100% do PIB. No final da década de 70 ela atingia menos de 30%. Ela cresceu no período, mas reduziu em relação ao PIB primeiro porque o crescimento era elevado e segundo porque a inflação fazia o PIB crescer mais do que a dívida.
O filósofo Pondé quando fala fora da área dele, fala muita bobagem. Não dê a mínima atenção ao que ele diz fora da área da filosofia. Com regras trabalhistas duras, com burocracia talvez ainda pior (todo mundo tinha que tirar atestado de bons antecedentes), nada era informatizado e o Brasil foi um dos países que mais cresceram no século XX até 1980.
O que eu considero como a causa de todos os nossos males foi a valorização do real. Se o dólar estivesse a 8 reais o Brasil tinha um crescimento como o Chinês. Só que o dólar a 8 reais deixa todo mundo fora do Brasil zangado e o Brasil fica com medo e não deixa o dólar chegar a 8 reais. Foi assim com Collor, foi assim com FHC, foi assim com Lula, foi assim com Dilma, foi assim com Temer, e houve essa desvalorização atual mas que é mais em decorrência do Covid-19 e rapidamente o real se recupera. E ai vamos ter que esperar a recuperação dos preços dos commodities para a economia se deslanchar.
Você carrega muitas ideias antigas e e que não passariam em um teste da realidade. Não passariam em um testo porque não são apoiadas em fatos. E são velhas porque não são suas. Você escutou há muito tempo alguém falando algumas dessas ideias e de tempos em tempos em tempos alguém as repete de tal modo que você se impregnou delas.
Essa história de que as empresas no Brasil são atreladas aos políticos e por isso vão mal enquanto as empresas americanas são decorrentes do self made man é, sendo condescendente, uma ideia fantasiosa. Quantas empresas americanas estão atreladas ao gasto de 1 trilhão de dólares (hoje mais da metade do PIB brasileiro) das Forças Armadas Americanas? Quantas empresas americanas estão atreladas ao gasto de 1 trilhão de dólares (hoje mais da metade do PIB brasileiro) do déficit público do governo central americano?
E há muitas empresas americanas que não estão atreladas ao governo americano que quebram. E há situações que o governo americano vai em socorro dessas empresas. Foi assim que o governo americano salvou muitas empresas na crise de 2008. Foi assim quando Reagan teve que salvar os fundos privados de pensão dos americanos. Agora também quando o petróleo caiu bastante e as empresas de craqueamento do xisto nos Estados Unidos que precisam vender o petróleo a mais de 50 dólares o barril e estavam endividadas ficaram em situação falimentar o governo americano veio em socorro delas.
Se não fosse mais do que evidente que Bush invadiu o Iraque para ganhar a eleição americana, tudo mais indicaria que a invasão foi para repassar dinheiro para a empresa Halliburton esta sim muito associada com os políticos.
Só que ninguém culpa qualquer crise que ocorra lá a empresas como a Halliburton. Elas sempre existiram em períodos de crescimento e em períodos de recessão. Então quando surge uma crise é preciso estudar bastante o que acontece, descobrir as suas causas e descobrir os mecanismos de recuperação.
Não se pode repetir uma cantilena que representa ideias que não estão em curso em nenhum país do mundo. No Brasil há empresas vinculadas a políticos e que vão bem, empresas vinculadas a políticos e que vão mal, assim como há empresas sem vínculos a políticos e que vão bem (tem muitas em destaque na Bolsa), e empresas sem vínculos a políticos e que vão mal (recentemente foi preso um empresário acusado de sonegação de impostos e que tem fechado muitas portas).
O que acontece é que todo mundo quer dar opinião. Eu por exemplo disse que o Brasil volta a crescer se o dólar mantiver em um patamar que descontada a diferença da inflação brasileira com a americana corresponde a 8 reais. Só que é apenas uma opinião e de um leigo. Não faz sentido nenhum alguém ler o meu comentário e sair repetido, basta levar o dólar para 8 reais que o Brasil volta a crescer.
Eu ainda busco dados para demonstrar minha tese como por exemplo dizer que porque o dinheiro brasileiro estava desvalorizado nos cinco anos do governo Sarney, o Brasil cresceu mais do que nos 8 de Fernando Henrique Cardoso. A maioria das suas afirmações que pode ter certeza são antigas são apresentadas como verdades mas sem nenhuma comprovação fática.
Abraços,
Clever Mendes de Oiveira
BH, 30/08/2020
Ng
25/08/2020 - 16h33
O ex-Ministro da Fazenda e do Planejamento da Dilma?!? O Governo responsável pela crise economica e política q dura até hj? Zero credibilidade
Og
26/08/2020 - 09h59
em geral, qualquer economista da Unicamp é zero credibilidade. Tudo keynesianista/progressista
Clever Mendes de Oliveira
26/08/2020 - 15h02
Ng (25/08/2020 às 16h33),
Achei o comentário de Gilvanildo equivocado, mas ele, pelo menos, criticou a mensagem e não o mensageiro. Agora a sua crítica ao mensageiro também é equivocada. Nelson Barbosa saiu antes do último ano do governo da ex-presidenta às custas do golpe Dilma Rousseff, e voltou depois da crise de 2015. Poucos sabem que o PIB caiu 7% em 2015, mas por questões da metodologia estatística do seu cálculo a queda foi dividida em 2015 e 2016, e assim, o país caiu 3,5% em cada ano. Enfim, o Nelson Barbosa teve pouca relação com a crise econômica que estamos enfrentando.
Abraços,
Clever Mendes de Oliveira
BH, 26/08/2020