A relação entre o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da economia Paulo Guedes têm sofrido desgaste desde o pedido de demissão dos ex-secretários Salim Mattar (Desestatização) e Paulo Uebel (Desburocratização).
Próximos a Guedes, Mattar e Uebel saíram insatisfeitos com o ritmo do governo Bolsonaro em relação as privatizações e o suposto descompromisso do presidente com a agenda liberal.
Após o ocorrido, o ministro da Economia cobrou maior compromisso de Bolsonaro e falou em impeachment caso o chefe do executivo furasse o teto de gastos, medida considerada intocável.
Ministros e parlamentares próximos a Bolsonaro têm aconselhado o presidente a aumentar os investimentos públicos em decorrência dos efeitos da pandemia e acelerar o processo de criação do Renda Brasil que substituirá o Bolsa Família.
No entanto, para ser possível tais medidas, é necessário que a União extrapole os limites impostos pelo teto de gastos. Guedes e sua equipe econômica são contrários a ideia.
Interlocutores do Planalto dizem que após as declarações de Guedes, Bolsonaro teria ficado irritado e a demissão do Posto Ipiranga foi considerada pelo chefe do executivo.
Sendo assim, Bolsonaro colocou no radar o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para suceder Guedes numa eventual demissão do Chicago Boy.
Analistas políticos e o mercado financeiro vêem a possibilidade de Guedes jogar a toalha e pedir demissão, alegando que fez tudo que estava a seu alcance.
“O grande desafio de Guedes é encontrar uma válvula de escape para que ele saia com a vaidade intocada e seu conhecimento da máquina do governo para suas intenções futuras”, disse o analista político Melillo Dinis, ao Correio Braziliense.