Centrão, com diversas prefeituras espalhadas pelo país procurando se reeleger, alavanca popularidade de Bolsonaro.
Nas eleições de 2016 a esquerda quase não conseguiu emplacar prefeituras pelo país. Naquele momento, com todas as movimentações do Golpe, o Centrão se lambuzava recuperando os cargos que perdeu na briga entre Dilma e Cunha.
O resultado foi devastador para o dito campo progressista e, obviamente, ótimo para os partidos do toma lá da cá.
Segundo o observatório de informações municipais, Progressistas (antigo PP), Republicanos (antigo PR), PL, PSD, SD, PTB, DEM e MDB, somados, elegeram mais de 50% de prefeitos pelo país. Já o bloco de esquerda – PT, PDT, PSB, PSOL e PCdoB – pouco passou dos 20%.
Claro que muita gente mudou de partido, mas é factível considerar que as mudanças partidárias que ocorreram do ano do impeachment pra cá foram ainda melhores pra direita. Em 2016 o PSL não era quase nada, por exemplo.
E não tem segredo na política cotidiana: ano eleitoral, prefeitos e vereadores estão pensando em se eleger. Todo mundo guardou balha na agulha pra esse momento, afinal, esses partidos fazem o que querem sem ser questionados por isso.
Mesmo o desembarque de DEM e MDB do centrão mês passado não deve ter sido suficiente para barrar os acordos regionais locais já estabelecidos principalmente com as lideranças de bairro. Chega julho e geral tá em pré-campanha.
E tem mais: se considerarmos o resto dos prefeitos que não se enquadram no Centrão ou na Esquerda, temos partidos como o PSDB de Rogério Marinho e o PRB de Marcelo Crivella que representou aproximadamente 17% das prefeituras eleitas em 2016. Uma parcela considerável desses partidos certamente trabalham em prol do governo bolsonaro.
Ou seja, se despeja uma grana grande na mão dessa galera, seja por auxílio ou por cargos estratégicos, não tem muito mistério eles vão fazer o que sabem de melhor: arrumar voto a qualquer custo.
E se é o governo que tá bancando, parte do mérito vai pra ele, inevitavelmente.
E a tendência é crescer mais.