Economista rebate matéria do JN que compara gastos em Educação e Saúde com despesas no funcionalismo

O economista e professor da Universidade de Brasília (UniB), José Luis Oreiro, escreveu um artigo rebatendo a reportagem veiculada na última segunda-feira, 11, pelo Jornal Nacional que comparou os gastos na Saúde e Educação com despesas no funcionalismo.

Para assistir a reportagem, clique aqui.

Segundo o economista, a reportagem navegou numa espécie de terraplanismo econômico ao fazer tal comparação baseado em estudo feito por um instituto neoliberal. Leia o artigo na íntegra!

O Instituto Millenium em seu estudo comparando o gasto com servidores públicos versus gasto com saúde e educação avançou no terraplanismo econômico ao retirar dos gastos com educação e saúde os salários dos servidores das áreas de educação e saúde (o “estudo” pode ser visto aqui: https://campanha.institutomillenium.org.br/wp-content/uploads/2020/08/Reforma-administrativa-Vers%C3%A3o-final.pdf ).

No universo paralelo dessa turma os doentes tratam a si mesmos nos hospitais e os alunos dão aula pra si mesmos nas escolas e universidades. Os gastos com saúde e educação são gastos apenas com capital físico, não com trabalho. É muita picaretagem ideológica travestida de “estudo”.

Qualquer pessoa com mais de dois neurônios e não comprometido ideologicamente com a tese do “Estado Mínimo” sabe que os serviços públicos de saúde, educação, segurança e defesa são prestados por médicos, enfermeiros, professores, policiais, bombeiros e militares. Não tem como prestar esses serviços sem “gastar” com salários de servidores públicos.

Dessa forma é um completo non-sense comparar os gastos com funcionários públicos com os gastos com saúde e educação, pois a maior parte destes últimos – se corretamente mensurados, ou seja, ao se incluir os vencimentos dos servidores dessas áreas – é constituído pelos salários dos servidores de saúde e educação.

Quanto ao alegado crescimento excessivo do número de funcionários públicos, isso ocorreu basicamente a nível municipal e estadual, sendo fundamentalmente a contratação de médicos, enfermeiros, professores e policiais.

O que essa turma do Instituto Millenium queria? Que os estados e municípios construíssem hospitais e UPA´s e não contratassem médicos e enfermeiros? Que construíssem escolas e não contratassem professores? Que construíssem quarteis de policia e comprassem viaturas e não contratassem mais policiais. É muita cara de pau.





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