Segundo o deputado estadual paulista Douglas Garcia (PTB), que foi condenado semana passada a indenizar uma mulher que foi incluída em um dossiê de militantes antifascistas, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) entregou cópia do relatório para a embaixada dos Estados Unidos.
A afirmação foi dada à Justiça de São Paulo e reportada pelo UOL.
Garcia negou ter participado da elaboração e da divulgação do dossiê, mas afirmou o encaminhamento para a embaixada.
Trata-se de uma acusação gravíssima que indica que a atuação clandestina para obter dados de brasileiros estaria submetida à inteligência de outro país.
O documento é diferente do relatório do Ministério da Justiça, que listava 579 servidores e professores.
Ele tem 56 laudas e dados pessoais (incluindo fotografias) de quase 1.000 pessoas.
Conforme decisão do juiz Guilherme Ferreira da Cruz, da 45ª Vara Cível Central da Capital, Garcia não apresentou prova de que as pessoas listadas no dossiê atuem com violência ou pratiquem crimes de terrorismo.
Ele também afirmou não haver dúvida de que Garcia catalisou e sistematizou o dossiê e citou uma publicação do deputado estadual nas redes sociais que dizia que as pessoas relacionadas ao dossiê seriam proibidas de visitar a Disneylândia.
Em tese, os Estados Unidos poderiam barrar a entrada de pessoas citadas no dossiê.
Até agora, Garcia foi condenado a pagar R$ 20 mil de indenização, mas cabe recurso.