Com pautas estratégicas, Live do Trabalhador vai além dos multirões personalistas

Por Gabriel Barbosa

Na noite do último sábado, 01, aconteceu a ‘Live do Trabalhador’ promovida por cinco nomes importantes da esquerda brasileira: Alessandro Molon (PSB-RJ), Ciro Gomes (PDT-CE), Heloísa Helena (REDE-AL) e Luciana Genro (PSOL-RS).

Com a mediação de Antônio Neto (PDT-SP), o debate teve como foco a gerência do governo Bolsonaro na área da Saúde durante a pandemia.

Com veemência, a líder alagoana Heloísa Helena, que é enfermeira sanitarista de formação, não poupou adjetivos para classificar a omissão do governo Bolsonaro.

“Se esse irresponsável tivesse o mínimo de responsabilidade resolveria duas coisas numa pandemia. Nenhum desemprego a mais, já temos milhões de desempregados e reduzir a letalidade pela covid que não é uma coisa qualquer. Então ele foi incapaz para essas duas coisas!”

Com a experiência do parlamento, o deputado federal Alessandro Molon falou sobre as articulações em torno da aprovação do auxílio emergencial e como o governo federal tentou levar o crédito.

“Nós lutamos e conseguimos ampliar para R$600 e na última hora o governo sabendo que ia perder passou para R$600 e dizer que foram eles. Para nós, não importa a cor do gato, importa que ele cace o rato. Claro que isso é muito menos do que as pessoas precisam, mas é muito mais do que o governo propôs”.

Já Luciana Genro tratou da realidade feminina no Brasil durante a pandemia e como isso impacta a vida das mulheres.

“As mulheres nessa pandemia são as que mais estão sofrendo com isolamento social. Só que dentro do isolamento sofrem com a violência doméstica e não existem políticas públicas de nenhum governo para dar saída para essas mulheres. Os feminicídios aumentaram, não tem abrigo, não tem emprego e outro detalhe que afeta as mulheres são essas reaberturas parciais, sendo que as escolas não abriram ainda”.

E por último, Ciro Gomes assumiu o papel de analisar as mudanças no mundo do trabalho e a necessidade da renda mínima após a pandemia.

“Com a chegada do 5G, tudo que for prática repetitiva não vai ter emprego. Motorista de ônibus, trocador e até médico com diagnóstico não será mais necessário. Então é preciso que a gente volte a se conectar com essa base, voltar a crescer e avançar para que a renda mínima tenha que vir pela transferência de renda instantânea. Herança de patrimônio e de renda têm de ir direto para o financiamento da renda mínima.”

Como visto, a live assumiu um papel de transmitir para as camadas digitais pautas que impactam diretamente no cotidiano popular.

São demonstrações valiosas de lideranças que desejam minimizar a sombra hegemônica de uma fração do campo progressista brasileiro.

É compreensível e primordial que as forças em defesa do socialismo democrático e/ou trabalhismo tenham como estratégias de comunicação mergulharem nas teias digitais e levar para o público debates e pautas que valorizam as demandas gerais da população. Fora desse escopo, a oposição se torna confusa em meio as necessidades reais do interesse popular.

Gabriel Barbosa: Jornalista cearense com pós-graduação em Comunicação e Marketing Político. Atualmente, é Diretor do Cafezinho. Teve passagens pelo Grupo de Comunicação 'O Povo', RedeTV! e BandNews FM do Ceará. Instagram: @_gabrielbrb
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