A proposta do ministro da Economia, Paulo Guedes, de reduzir a contribuição patronal para o Fundo de Garantia de Tempo e Serviço (FGTS) de 8% para 6% tem o objetivo de fazer com que o trabalhador pague pelos custos da criação da nova CPMF, acreditam os três líderes das principais frentes sindicais do Brasil.
Ao Estadão, o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, afirmou que na prática, o governo quer tirar 24% anual do saldo da poupança do trabalhador. “É uma reforma feita com o dinheiro do trabalhador. Guedes que vá taxar grandes fortunas ou taxar lucros e dividendos de empresários. O FGTS é sempre o alvo.”
Para Ricardo Pattah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), disse que o governo busca fontes para financiar a nova CPMF e viu isso nas costas dos trabalhadores. “Ele nunca pensa em criar alternativas modernas para desonerar a folha. O foco é flexibilizar direitos dos trabalhadores. Guedes demonstra incapacidade e competência para o cargo.”
Já para o presidente da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), Adilson Araújo, se a redução do FGTS virar realidade, nada mais será do que a agenda imposta para a população nos últimos quatro anos. “A desoneração da folha pleiteada pelo patronato fragiliza ainda mais o sistema público de aposentadorias e subtrai recursos do fundo, que foi concebido como compensação pelo fim da estabilidade no emprego.”