A fuga coletiva das bancadas do DEM-MDB da base do governo Bolsonaro representa, por exemplo, para o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), uma oportunidade de acordo em volta de sua candidatura a Presidência da República em 2022.
Doria mantém um bom relacionamento com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e isso pode ser decisivo para construir uma candidatura de Centro. Com o poder de influência entre os parlamentares, Maia poderá fazer articulações políticas para que o tucano fortaleça seu nome como favorito.
Outro fator relevante é que não será uma tarefa fácil, pois esses movimentos exigem muito jogo de cintura para que Doria tenha um peso político relevante para impor sua agenda como opção entre a esquerda petista e direita bolsonarista.
Porém, alguns líderes ainda acreditam que o apresentador Luciano Huck (sem partido) entre na disputa. Diante da pandemia, Huck não tem mostrado sua força política e isso pode levantar questionamentos sobre sua viabilidade eleitoral.
Embora sua imagem seja tradicionalmente ligada ao tucanato paulista, que não emplacou nenhuma candidatura nas últimas 5 eleições, Doria tem a seu favor o discurso contra Bolsonaro na condução da pandemia e a parceria do Instituto Butantan com os chineses para importar a vacina contra a Covid-19. Esses dois fatores podem ser usados por Doria, visando ganhar capital político.
As movimentações do DEM na Câmara também revelam a condução do partido contra o governo Bolsonaro. Para inviabilizar a candidatura do governo a presidência da Casa, Maia costura acordos para lançar o deputado federal Baleia Rossi (MDB-SP). Com o discurso de “indepedência” e “neutralidade” diante da radicalização, Rossi vai se movimentando nos bastidores.
O emedebista tem boa relação com líderes da oposição que podem lhe render 130 votos contra seus possíveis concorrentes, os deputados Arthur Lira (PP-AL) e Marcos Pereira (Republicanos-RJ). Maia e Rossi trabalham em nome de uma continuidade na condução da Câmara. Se o acordo entre MDB-DEM sair vitorioso na eleição da presidência da Casa, Maia terá deixado seu herdeiro político e trabalhar em volta da vice-candidatura na chapa com João Doria.
Alexandre Neres
30/07/2020 - 00h38
Apesar de o PDT ficar se oferecendo que nem uma puta velha, o campo conservador vai se aglutinando, sem qualquer obstáculo, pois tem partido que só se preocupa com os do espectro progressista. Na hora agá, os conservadores ficam entre seus próprios pares, inda que se aproveitem de atitudes inconsequentes dos quinta-colunas, mas não gostam de se misturar com os neófitos. Para o jornalista, esta candidatura é de centro. Centro-direita, vamos dar nome aos bois. Parece que essa terminogia e esse lugar estão sendo criados para abrigar candidaturas neoconservadores. Desta vez, vais deixar meu comentário ser publicado, Dona Solange?