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“Pai” do garantismo penal critica parcialidade de Sérgio Moro

O jurista italiano Luigi Ferrajoli, considerado o “pai” do garantismo penal, afirmou, em entrevista concedida à Folha de São Paulo, que a “explícita falta de imparcialidade” do ex-juiz Sérgio Moro justificaria sua suspeição em qualquer país do mundo. Folha: No caso específico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, você considera que houve uma violação […]

12 comentários
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O jurista italiano Luigi Ferrajoli, considerado o “pai” do garantismo penal, afirmou, em entrevista concedida à Folha de São Paulo, que a “explícita falta de imparcialidade” do ex-juiz Sérgio Moro justificaria sua suspeição em qualquer país do mundo.

Folha: No caso específico do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, você considera que houve uma violação das garantias individuais do acusado?

Ferrajoli: No caso da condenação do ex-presidente Lula, as violações das garantias do devido processo legal foram, desde o início, massivas. Em qualquer outro país, o comportamento do juiz Moro justificaria sua suspeição, por sua explícita falta de imparcialidade e pelas repetidas antecipações de julgamento.

O jurista também chega a afirmar na entrevista que a operação Mãos Limpas (operação que revelou grande esquema de corrupção na Itália em 1992 e frequentemente comparada à Lava-Jato) parece um modelo de garantismo se comparada com os processos que resultaram na condenação de Lula.

Ferrajoli: “Nos julgamentos italianos do início dos anos 1990, conhecidos como ‘Mãos Limpas’, houve indubitavelmente excessos antigarantistas, como o abuso de prisão preventiva e o excessivo papel desempenhado pelo delator.
No entanto, comparados ao julgamento contra Lula, esses julgamentos parecem um modelo de garantismo. Neles, nunca houve confusão entre juiz e acusação: as limitações da liberdade na fase de instrução e, obviamente, as sentenças sempre foram decididas por juízes independentes que, muitas vezes, rejeitavam os pedidos da acusação por considerar que eles não eram fundados em provas suficientes.”

Atualmente, uma ação sobre suspeição de Sérgio Moro está em análise na 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal e deve ser julgada ainda este ano.

O processo foi ajuizado depois que o The Intercept Brasil revelou trocas de mensagens entre o ex-juiz e procuradores da “Lava-Jato” em Curitiba.

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Comentários

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Paulo

26/07/2020 - 09h46

Onde será que o nosso “garantista” deve ter se louvado pra falar de um processo que ele não conhece a fundo? No “The Intercept Brasil”?

    Alexandre Neres

    27/07/2020 - 19h14

    Caro Paulo, na boa, Ferrajoli é a maior autoridade sobre o tema no mundo. Se não soubesse do que se tratava, acha que iria se meter numa arapuca dessas e queimar sua reputação?

    Pro seu governo, Paulo, o procurador Diego Castor confessou que pagou o outdoor enaltecendo a República de Curitiba na capital do Paraná, conforme noticiou o Intercept. Só que o crime prescreveu porque não foi apurado tempestivamente. A ação de Lula contra o PowerPoint do DD, vulgo Robin, no CNMP está para prescrever também. Não diziam esses moços que “quem não deve não teme?”. Estão dificultando e impedindo as investigações por todos os meios possíveis. Mediante subterfúgios, corporativamente, estão varrendo a sujeira pra baixo do tapete.

      Paulo

      27/07/2020 - 22h32

      Alexandre, de boa! Eu apoio a investigação rigorosa de eventuais excessos da Lava-Jato e a punição de quem quer que seja (nem desejo mais a prisão de Lula, se for pra pacificar o país). Mas, lamento dizer, sejam quais forem as conclusões a que se chegue, eu não conseguirei apagar da minha mente a imagem de Lula com o Léo Pinheiro, no triplex do Guarujá. Nem dos pedalinhos e objetos pessoais de Lula no sítio de Atibaia. A propósito, gostaria de ouvi-lo a respeito! Muito me honraria se você respondesse (é papo reto, nada de casca de banana). Você topa?

        Alexandre Neres

        27/07/2020 - 23h26

        Caro Paulo, acho uma pena ficar nesse jogo de gato e rato. Tratei de fatos específicos. Reportagem do Intercept apontou que procurador Diego Castor pagou por um outdoor da LJ em Curitiba. Ele próprio assumiu o fato, mas depois de ter prescrito. Como te disse Paulo, li a sentença do tríplex e afirmo: é de uma falta de técnica e mal redigida, bem como desprovida de fundamento. É muito engraçado você citar o Léo Pinheiro, é um caso clássico que evidencia os abusos da LJ. Léo Pinheiro deu vários depoimentos sem que apontasse qualquer acusação contra Lula e foi mantido preso indefinidamente. Até que se deu conta de que não iria sair da prisão e deu um quarto depoimento, contrariando todos os anteriores. Ainda que desacompanhado de material probatório, foi este depoimento que o marreco usou para condenar o Lula. Depois teve sua pena reduzida antes de assinar qualquer acordo e tá livre, leve e solto. Citar os pedalinhos de Atibaia mostra que a construção da narrativa foi bem feita. Tem repórter que quando vai apurar um fato, descobre que o caso não tinha nada a ver com o que pensava a princípio e deslinda um novelo novo, enquanto tem outro tipo que procura adequar os fatos à certeza que já tem desde o início. Qual dos dois é um repórter de verdade? Perdoe-me a analogia. Como disse Rosângela Moro, em fevereiro/2020: “Bolsonaro e Moro são uma coisa só”. Não há como desvincular uma coisa da outra. Como diz o repórter André Rizek do Sportv, que namora a beldade da Andréia Sadi da GloboNews, a respeito de Moro: seria como o juiz que deu um pênalti roubado com o qual o time se sagrou campeão e logo depois foi ser diretor de futebol do time que ajudou a ganhar. Quem acredita em Moro, não pode falar mal do capitão corona, por coerência.

Walter

26/07/2020 - 09h39

Mas lá como cá, o objetivo nunca foi combater a corrupção e sim destruir a esquerda!

Vixen

26/07/2020 - 07h48

Teve gente que saiu chorando dos interrogatórios do juiz Di Pietro e outros que se suicidaram logo depois.

Na Itália os partidos mais envolvidos no esquema foram extintos, aqui o PT continua surfando na ignorância como se nada tivesse acontecido.

    Paulo

    26/07/2020 - 09h47

    Mas…Pense comigo: é bom pra vocês que o PT continue pairando como uma ameaça no horizonte. Ou não?

    Alexandre Neres

    26/07/2020 - 11h46

    Ô seu analfabeto jurídico, leia o texto do papa do assunto. Se a Mãos Limpas inspirou a Lava Jato, perto desta foi até de certo modo garantista. Enquanto a operação italiana legou Berlusconi para a população, que nada tem de honesto, a nossa mais uma vez superou a de lá, nos alegando, com a ajuda indefectível do juiz ladrão, Boçal-ignaro, um rematado imbecil, despreparado e filofascista.

    Francisco

    26/07/2020 - 12h49

    Surfando na ignorância, é?

    Na Itália terminou em Berlusconi, Beppe Grillo e ‘capitão’ Salvini, ou seja, em comédia, com a corrupção permanecendo a mesma, se não pior, sem esquecer que sumiu do palco internacional.

    No Brasil terminou em capitão Bolsonaro, ou seja, em tragédia, e o país é que passou a ser entregue e destruído, sem esquecer que sumiu até das coxias do palco internacional.

    Pois é, seis anos após o início do golpe, com o lançamento em março de 2014 da operação lavajateira para criminalizar o PT, destruí-lo e eleger Aécio, atolados no brejo e agora afundando com o pandemônio do eleito desgoverno da cloroquina, as pegadas imensas deixadas, quer nos processos do lawfare que a farsa jurídica-midiática utilizou e que Ferrajoli apenas constata e divulga, quer nas pautas bombas de Eduardo Cunha (lembra-se?) para ferrar a economia e acelerar o golpe no governo Dilma e que nos levou a atolar no brejo em que nos encontramos, agora afloram feito cadáveres mal descartados nos crimes cometidos, a apontarem os culpados por colocarem o Brasil onde se encontra, atolado e destruído.

    Queriam destruir o PT, acabaram por destruir o Brasil e junto por óbvio, os brasileiros.

    Afinal, o que pretende mesmo, em cima dessa prancha?

    Andressa

    26/07/2020 - 16h32

    pilantra

    O Demolidor

    26/07/2020 - 21h58

    Acho que não percebeu que o que aconteceu na Itália….foi muito diferente do que aconteceu aqui….a operação de 8 anos quando chega no tucanato, depois de 2016 e 2018, está em vias de ser encerrada….funcionou na base do anti-petismo midiático….

    cid elias

    27/07/2020 - 00h09

    vai tomar no teu cu


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