Por Ricardo Cappelli
Já ultrapassamos 80 mil mortos pela pandemia, infelizmente. Os otimistas projetam uma queda do PIB de 6,5%. Mais de 700 mil empresas já fecharam as portas.
Apesar deste cenário sombrio, as pesquisas divulgadas nesta semana indicam nova subida na popularidade de Bolsonaro. O presidente voltou ao patamar de 30% de ótimo e bom, com 24% de avaliação regular. Se mantém equilibrado, forte e muito competitivo.
O que explica este fenômeno?
O auxílio emergencial pode injetar até 300 bilhões nas mãos dos mais pobres. Quem precisa do estado para sobreviver é governista não por opção, mas por “precisão”. O capitão cresceu no povo. Só o tempo dirá se é gratidão temporária ou amor duradouro.
A pequena queda na avaliação dos governadores pode indicar também que o custo da crise começa a ser dividido. Bolsonaro obteve sucesso na estratégia de estimular a falsa contradição entre a proteção da vida e a economia.
O longo período de medidas restritivas esgotou este caminho. Sem financiamento público – bloqueado pelo fanatismo liberal de Guedes -, a economia gritou. Como as mortes não param de subir, o veneno da dúvida sobre a eficiência da medida foi plantado em parte da população.
As pesquisas também indicam que o caso Queiroz não colou no presidente, que mantém viva a disputa pela bandeira do combate à corrupção com Moro.
O governo se reorganizou. Bolsonaro está falando de obras e realizações. Abafou os olavistas e vive uma trégua com os poderes. A oposição luta, consegue importantes vitórias pontuais, mas carece de orientação estratégica.
Além disso, alguns eixos de sustentação do capitão continuam “imaculados”.
O agronegócio representou 43% das exportações brasileiras em 2019. A produção continua subindo em 2020. A cadeia produtiva do setor – que inclui máquinas, fertilizantes, defensivos agrícolas e pesquisa de ponta – emprega milhões de pessoas. Para parte da oposição são latifundiários, desmatadores e envenenadores de alimentos.
Segundo o IBGE, os evangélicos serão maioria no país a partir de 2032. O Brasil é um país conservador em questões comportamentais. Não gostou? Mudar-se para a Suécia multiculturalista pode ser uma opção. O presidente abraça Deus e a família tradicional.
Temos 750 mil pessoas na estrutura militar, entre ativos, inativos e pensionistas. Além de 600 mil policiais militares, civis e bombeiros. Quase 1,4 milhão de pessoas afinadas com o capitão.
As alianças construídas pelo presidente estão calcadas em valores. Ordem, segurança, família, Deus, facilitar a vida de quem produz e outros mantras que ele repete. Inclua nesta equação uma dose de pragmatismo com os mais pobres. E uma goleada na comunicação digital.
Imbatível? Claro que não. Mas é bom ficar atento. Desde que a reeleição foi aprovada, todos os presidentes eleitos foram reeleitos. Se a oposição não se reorganizar para entrar em campo, pode dar W.O.
Netho
25/07/2020 - 21h11
Nunca uma reeleição esteve tão ao alcance da mão da extrema-direita quanto em 2022. Tanto porque não há oposição vertebrada suficientemente nem organicamente estruturada, como também a direita está tão bem posicionada quanto a extrema-direita. O PT e o lulismo não tem outra preocupação senão manter os fundos eleitoral e partidário para garantir a turma da bufunfa burocrática que é grandiosa. O dia e a hora em que as remunerações da burocracia petista e dos próceres partidários vier à tona, então muito, ou quase tudo, será inteiramente inteligível. Sem a cortina de fumaça que tem sido lançada sobre uma suposta distinção abissal e diferenças pessoais irreconciliáveis entre o PDT e o PT a respeito da Batalha de Itararé em 2018. O episódio recente que subiu de relevo após o depoimento do ministro da ditadura só foi mais uma cortina de fumaça para embaralhar a realidade eleitoral deprimente do campo supostamente popular, democrático e progressista. Lula e o PT, atualmente, não são alternativa porque ainda há uma dúzia de processos na linha de tiro para disparar contra o ex-metalúrgico que virou suco na betoneira das empreiteiras. Lula e o PT são atualmente o melhor trunfo da extrema-direita dispõe para vencer o segundo-turno. Brizola sempre teve razão. O PT é a direita que a esquerda gosta. Hoje, o engenheiro modificaria sua frase antológica para incluir, também e preferencialmente, a extrema-direita. A preço de hoje, os filhotes da ditadura estão reeleitos com um pé nas costas. Se a depressão econômica ficar adstrita aos anos 2020/2021, sem repiques da peste pandêmica, a perspectiva do clã miliciano das rachadinhas subir a rampa no bicentenário da Independência aumentam em progressão geométrica. Lula e o PT acabarão recebendo o estandarte da Aliança pelo Brasil entregue por Olavo de Carvalho pelos bons serviços prestados à afirmação do bloco militar-miliciano no poder e a glória das falanges templárias.
Paulo
24/07/2020 - 18h50
Por isso que eu digo que precisamos apoiar Sérgio Moro. Talvez seja o único capaz de evitar o grande Satã…Pelo menos, teremos um Governo constitucional e respeitador das leis, sem espetáculos grotescos. Resta saber o pacote que ele prometerá, e suas agendas econômica e cultural…Mas, se não for ele ao 2º Turno, ou se não se afinar com minhas ideias programáticas, torço por Ciro, com a vantagem de que esse não precisa mais amiúde demonstrar suas ideias e ideais…
Alex
24/07/2020 - 13h49
Que oposição? Ninguém se dá com ninguém! Que frente se Ciro e lula viraram, praticamente, inimigos? A extrema ri.. com razão, tá fácil demais.. fora isso o povo tá doido. Todas as classes. Querem ir prós botecos da vila Madalena, para os shoppings. Foda-se essa tal pandemia.
Marcos Videira
24/07/2020 - 12h47
Consigo identificar as seguintes razões para a tranquilidade de Bolsonaro:
(1) setores hegemonistas da oposição boicotam a formação de uma frente ampla democrática.
(2) a pandemia impede as manifestações públicas
(3) os partidos não usam os recursos financeiros para a formação política de cidadãos
(4) o Judiciário é muito lento e não bota na cadeia criminosos ligados à familícia Bolsonaro
Geologo
24/07/2020 - 12h01
Assim que a pandemia passar Bolsonaro marcara cada vez mais presença no NE.
Allan C.
24/07/2020 - 11h25
“O agronegócio representou 43% das exportações brasileiras em 2019. A produção continua subindo em 2020. A cadeia produtiva do setor – que inclui máquinas, fertilizantes, defensivos agrícolas e pesquisa de ponta – emprega milhões de pessoas.”
“Para parte da oposição são latifundiários, desmatadores e envenenadores de alimentos”….concordo plenamente, essa è a imbecilidade galactica da esquerda resumida em poucas palvaras.
Produçào de soja batendo recordes…!!
Paulo Cesar
24/07/2020 - 11h21
Explicação:
Povo extremamente Ignorante, sem conhecimento da história + Elite sem identidade nacional + Sistema político falido (mais de 30 partidos) + Judiciário de Compadrio.
Nunca seremos coisa alguma.
Belem
24/07/2020 - 11h20
“E uma goleada na comunicação digital.”
Comunicaçào eficaz se faz com os suporte dos fatos, caso contrario sobram palavras vazias jogadas no ar que é a especialidade da esquerda…um bla bla bla ideologico e pseudofilosofico infinito recheado de factoides, mentiras, distorçoes dos fatos e a sempre presente e eterna promessa de riqueza na qual ninguem acredita mais hà decadas.
Eu queria tanto que a esquerda tupiniquim subissse de nivel durante esse periodo e aprendesse a fazer oposiçào de verdade, isso seria bom para desenvolver a democracia brasileira mas infelizmente nao està acontencendo absolutamente nada…somente uma choradeira ridicula sem fim e pedidos de impeachment destrambelhados para nao dizer comicos tanto quanto ou mais os sujeitos que os apresentam.
Jerson7
24/07/2020 - 11h12
Cada obito devido ao virus no Brasil assim como no resto do Mundo (mortes por causa do coronavirus sao bem diferentes de mortes com coronavirus, todos os paises terao que revisar os numeros um dia ou outro…) è a consequencia das porcarias imundas que China e OMS fizeram de dezembro até março escondendo o virus ao Mundo.
Ninguem pode ser culpado pela morte de pessoas causadas por um virus novo, sem cura e sem metodos comprovadamente eficaceis para conte-lo que nao sejam um minimo de distanciamento social (que nao è o isolamento) e medidas de igiene basicas.
O auxilio fez pouca diferença, fora alguns poucos metidinhos depensantes da classe media os numeros a favor e contra Bolsonaro continuam sendo mais ou menos os mesmos pré-pandemia, mesmo com desgaste que um problema dessa magnitude trousse ao governo (como qualquer outro governo mundo afora).
Num pais com 90% de miseraveis Bolsonaro se elegeu e se reelegarà com os votos do povao assi como qualquer outro presidente se elegeu até hoje.
Sem o dinheiro da Odebrecht, a ajuda da Globo, o dinheiro da Petrobras, ecc… a esquerda nunca mais volta ao poder.