No fim de maio, em reunião, técnicos do Ministério da Saúde que integram o comitê sobre o coronavírus informaram Eduardo Pazuello, o ministro interino da Saúde, de que os impactos da doença podem ser sentidos por até dois anos.
“Sem intervenção, esgotamos UTIs, os picos vão aumentar descontroladamente, levando insegurança à população que vai se recolher mesmo com tudo funcionando, o que geraria um desgaste maior ou igual ao isolamento na economia”, afirma um dos pontos discutidos em reunião da pasta.
A discussão está registrada em ata de reunião do Comitê de Operações de Emergência (COE) do ministério, obtida pelo jornal Estado de São Paulo.
A ata da reunião, ocorrida em 25 de maio, informa ainda que “sem isolamento, um tempo muito grande de 1 a 2 anos” seria necessário para o controle da situação.
Criado no começo de fevereiro, o COE serve para “planejar, organizar, coordenar e controlar” a resposta à covid-19 no Brasil.
É importante lembrar a postura do presidente Jair Bolsonaro em relação à pandemia desde o começo.
O mandatário tratou de falar de forma contrária e resistente a quaisquer medidas de distanciamento social defendidas pelos ministros da Saúde que antecederam o interino Pazuello.
Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) e Nelson Teich deixaram o Ministério da Saúde por não concordarem com a defesa que o presidente fez da cloroquina e com sua resistência às medidas de isolamento.
João Ferreira Bastos
23/07/2020 - 11h16
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