Dos 10 milhões de jovens brasileiros entre 14 e 29 anos que deixaram de frequentar a escola sem completar a educação básica, 71,7% são pretos ou pardos.
A maioria afirma ter parado de estudar porque precisava trabalhar.
Os dados são da pesquisa anual do IBGE lançada nesta quarta-feira (15) e mostram que jovens negros passam, em média, quase dois anos a menos na escola (8,6 anos) do que brancos (10,4).
A taxa de analfabetismo também é quase três vezes maior entre negros.
8,9% dos jovens pretos ou pardos com mais de 15 anos não sabe ler nem escrever, enquanto entre brancos são 3,6% os analfabetos.
A taxa de escolarização das pessoas entre 15 e 17 anos de idade chegou a 89,2% em 2019, ainda sem atingir a meta estabelecida pelo PNE (Plano Nacional de Educação) para universalização do atendimento educacional nessa faixa etária até 2016.
A pesquisa mostra também que o principal motivo apontado para o abandono escolar é a necessidade de trabalhar (39,1% dos jovens entre 14 e 29 anos), seguido pela falta de interesse em estudar (29,2%).
Os dados da taxa de frequência escolar líquida, ou seja, de jovens de 15 a 17 anos que estão no ensino médio (etapa adequada para a idade) continua avançando, mas ainda está em 71,4%. Há desigualdades entre os grupos da população. Enquanto a taxa chega a 76,4% entre as mulheres, está em 66,7% entre os homens. Para os brancos está em 79,6% e 66,7%, para negros.