Através da Rede Brasil Cultural, uma iniciativa do Ministério das Relações Exteriores de promover o idioma português e a cultura brasileira em outros países, o Itamaraty distribui material didático com inclinações ideológicas à direita.
“Se eu soubesse que Lula seria tão corrupto e se envolveria com o Mensalão, eu não teria votado nele”, afirma o exemplo de um dos exercícios de língua portuguesa, acompanhado da nota de rodapé que define o “Mensalão” como “o maior escândalo de corrupção já descoberto no Brasil”.
Além desta, frases mais associáveis a ideologias conservadoras ou liberais estão presentes ao longo dos exemplos em exercícios de concordância verbal presentes entre os conteúdos do material didático.
“Se o governo cobrasse menos impostos, as pessoas sonegariam menos”, afirma uma. “Se as mulheres não abortassem, haveria menos clínicas clandestinas”, diz outro exemplo.
A denúncia sobre o conteúdo foi feita por Júlia Dolce, da Agência Pública, em seu Twitter.
O material destacado pode ser encontrado no site do Rede Brasil Cultural.
Além destes aqui enunciados, o material exposto faz alusão a outras figuras e instituições da política brasileira.
Contudo, todas as menções a Lula ou petistas (no caso, Zé Dirceu) são associadas a corrupção.
FHC e o STF são outras partes mencionadas em orações presentes na apostila, mas sem associação pejorativa ao que representam.