Um dos fundadores da rede varejista de eletrodomésticos Ricardo Eletro, Ricardo Nunes, foi preso na manhã desta quarta-feira (08) na Operação Direto com o Dono, deflagrada pelo MP de Minas Gerais em parceria com a Secretaria de Fazenda mineira e a polícia civil.
Preso em São Paulo, o empresário é acusado de sonegação de impostos e lavagem de dinheiro.
Segundo o MP, a operação apura sonegação que gira em torno de R$ 400 milhões em impostos que deveriam ter sido pagos ao estado de Minas Gerais ao longo de cinco anos.
Segundo o promotor de justiça Fábio Reis de Nazareth, a “sonegação era política empresarial da Ricardo Eletro”.
O MP afirma ainda que o valor de R$ 400 milhões corresponde apenas à sonegação em Minas Gerais, havendo ainda dívidas “vultosas” em “praticamente todos os estados” onde a empresa possui filiais.
A justiça decretou ainda o sequestro de bens e imóveis de Ricardo Nunes avaliados em cerca de R$ 60 milhões. A decisão tem como objetivo ressarcir o dano causado aos cofres públicos mineiros.
Há também indícios de que o patrimônio, registrado nos nomes de suas filhas, mãe e irmão, teve crescimento vertiginoso no período da sonegação.
Por isso, a conclusão do MP de que Nunes cometeu o crime de lavagem de dinheiro.
A Ricardo Eletro se encontra em recuperação extrajudicial, oficialmente sem condições de arcar com suas dívidas, que somam cerca de R$ 3 bilhões.
A empresa informou que a operação “faz parte de processos anteriores à gestão atual da companhia e dizem respeito a supostos atos praticados por Ricardo Nunes e familiares, não tendo ligação com a companhia”.