Marcelo Freixo: “Orlando Silva é o melhor deputado federal que a gente tem hoje no Brasil”

Não é toda a esquerda que está dividida no Brasil. Apesar das brigas entre o PT e Ciro Gomes alimentarem a ideia de que não é possível uma aliança das esquerdas, a relação entre o PCdoB e o PSOL nunca esteve melhor.

Isso ficou claro em debate organizado neste sábado (04/07) pela União da Juventude Socialista, UJS, que contou com a presença dos deputados federais Orlando Silva (PCdoB) e Marcelo Freixo (PSOL).

Após considerar que o trabalho da UJS na questão racial é “muito importante”, Freixo surpreendeu ao dizer que “Orlando Silva é o melhor deputado federal que a gente tem hoje no Brasil”.

Segundo o deputado carioca do PSOL, entre as qualidades do comunista estão “a capacidade de articulação e uma inteligência política rara”.

Freixo também comentou sobre a candidatura do PCdoB para a prefeitura de São Paulo: “Fiquei muito feliz com a candidatura do Orlando para a prefeitura de São Paulo, vai ser bom para São Paulo e para o Brasil”.

Vale lembrar que, no mês passado, Orlando endereçou uma carta pública para Freixo, em que elogiava a decisão do carioca de retirar sua candidatura da disputa pela prefeitura do Rio. Na carta, Orlando teceu diversos elogios e definiu Freixo como “sinônimo de direitos humanos”.

A aproximação entre os dois partidos vai para além do diálogo entre Orlando e Freixo. No segundo maior colégio eleitoral do estado do Rio de Janeiro, São Gonçalo, o PSOL apoiará a candidatura comunista de Isaac Ricalde.

A aliança entre os dois partidos também deve se repetir em Cotia-SP e em Cabo de Santo Agostinho-PE. Agora, o esforço é para que essa coalizão se reproduza em alguma capital já no primeiro turno da disputa de 2020. Ainda é pouco, mas é o começo de uma relação que até então inexistia. “Como numa fase de namoro, estamos nos conhecendo melhor”, diz um jovem quadro do PSOL. “E o namoro está indo bem”.

De olho no futuro, os dois partidos parecem estar dispostos a finalmente largar para trás as pesadas tradições – como o embate entre trotskistas e stalinistas – que já não fazem mais sentido para ninguém no século XXI.

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