O primeiro ministro do Reino Unido, Boris Johnson, defendeu, em coletiva, a necessidade de intervencionismo econômico do Estado para recuperar a economia.
Johnson afirmou acreditar que “o governo tem que fazer o que é certo agora”, que, segundo ele, seria uma abordagem “intervencionista e ativista”.
A economia do Reino Unido foi atingida em peso pela pandemia, tendo encolhido 20.4% em abril – a maior queda mensal já registrada no país.
Entre março e maio, o número de trabalhadores assalariados no país caiu em mais de 600.000.
Os planos revelados pelo primeiro ministro foram descritos como uma “extraordinária intervenção governamental”.
O Governo investirá 5 bilhões de libras (cerca de 33 bilhões de reais) em “escolas, estradas, hospitais” e “outros projetos de infraestrutura”, o que Johnson definiu como uma intenção de “construir, construir e construir” o país “para fora da recessão induzida” pela pandemia de Covid-19.
O líder conservador se sentiu obrigado a pontuar que seus “instintos” são os de cortar taxas onde quer que seja possível, mas afirmou que o “desafio geracional” com que o Reino Unido se defronta precisa ser lidado com investimentos.
“Soa como um ‘New Deal’, e tudo que posso dizer é que, se for, então assim deve soar e ser, porque é o que os tempos exigem”, explicou o primeiro ministro sobre os planos do Governo.
“Meus amigos, não sou um comunista”, lembrou. “Acredito que é dever do Governo o de criar condições para o livre mercado”.
“Sim, é claro que aplaudimos nosso NHS (o “SUS” britânico), mas sob este governo aplaudimos também aqueles que fazem o NHS ser possível: nossos inovadores, nossos criadores afortunados, nossos capitalistas e financistas, porque no fim é sua vontade de correr riscos com seu próprio dinheiro que será crucial para nosso sucesso futuro”, continuou Johnson.
Sobre novos aumentos dos casos de coronavírus na cidade inglesa de Leicester, ele afirmou que o Governo está “preocupado”.