Gustavo Castañon: resumo da confusão sobre o voto de Cid

Foto: reprodução.

Por Gustavo Castañon, no Portal Disparada.

1) Ninguém votou privatização alguma, e sim regulações para quando elas acontecerem entre outras providências acerca do saneamento.

2) A privatização de serviços de água e esgoto no Brasil sempre foram permitidas desde a constituição de 88 e o marco legal que estava em vigor foi feito pelo Lula.

3) O PDT não votou pelo projeto, encaminhou orientação contrária, liberou a bancada e a maioria votou contra.

4) O acordo pela votação do projeto envolveu toda a oposição como vídeo de Alocumbre agradecendo ao PT demonstra.

5) Cid Gomes achou que era seu dever votar a favor depois que os piores pontos do projeto foram retirados por acordo e que a promessa de um adendo sobre financiamento público para miseráveis foi feita. Ele deixa claro no discurso que só houve acordo por isso.

6) Cid deixa claro que sem financiamento publico o projeto é uma ilusão.

7) Deixa claro também que é contra a privatização e que no Ceará todo o fornecimento é público. Seu governo jamais privatizou nem um cano quebrado de esgoto. Nem “concedeu”.

8) A maior parte do projeto tem avanços consensuais entre todo o Senado, como podem ver no debate que circulou no Congresso que reproduzo nos comentários.

A proximidade com Cid me impede de fazer uma avaliação política de seu voto. Mas eu quero aqui fazer uma avaliação política dele.

É um grande gestor, um homem de coragem, um social democrata, nacionalista, defensor do Estado e do serviço público de qualidade, mais do que isso é um homem que faz, que fez de Sobral a melhor educação do país, que revolucionou a educação no Ceará, que fez dois dos melhores governos da história do Estado, que parou um golpe de Estado com duas balas no seu peito.

Estamos reconstruindo o campo nacionalista do trabalhismo brasileiro, graças a Deus temos uma militância que cobra todos os nossos líderes nas suas atitudes e no cuidado com símbolos.

Essa militância politizada em temas centrais, como o da privatização, é uma nova base do PDT que guarda o projeto nacional e fará de tudo para mantê-lo nos trilhos. Sem ela, não temos nenhuma chance.

Mas também não teremos nenhuma chance se não mudarmos essa cultura de cancelamento, de julgamento de pessoas (e não de suas opiniões) com base em uma interpretação de um ato do qual se discorda. Se essa cultura não acabar, acabaremos nós, antes de começar.

Redação:
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