O ex-presidente Lula concedeu entrevista à TVE Bahia na última quinta-feira (25) e tratou de assuntos diversos, entre os quais estiveram a formação de uma “frente ampla pela democracia”, a economia nacional e o novo marco do saneamento básico.
O ex-presidente explica que, enquanto, em 2008, o “mundo democrático” acabava com empregos, “o Brasil batia recordes de empregos”.
Lula voltou ainda a atacar manifestações que visem ampliar a atuação das forças políticas do país, desta vez o Direitos Já!, quando perguntado sobre a “formação de uma frente”.
“Quem tá fazendo o ‘Direitos Já!’ é quem derrubou a Dilma. Até agora, estou desafiando o Moro, o Dallagnol a mostrarem uma agulha de crime que cometi neste país”, criticou, retomando sua usual reclamação da Operação Lava Jato.
“Tem gente boa que assina manifesto e eu respeito. Já assinei muitos documentos neste país, mas não vou mais enganar o povo”, prosseguiu, explicando que “democracia” é um conjunto de garantias, como segundo ele, “poder comer”, acesso à educação, à tecnologia e ciência, etc.
“Acho até irônico ‘os caras’ cassarem uma presidente que não cometeu crime, que inventaram 500 artimanhas para me cassar, porque a cassação da Dilma tinha o objetivo de me tirar das eleições de 2018, agora vir me falar em ‘vamos juntos’…”, concluiu, sobre possibilidade de compor uma frente.
Perguntado sobre como trazer investimentos ao Brasil, Lula mencionou novamente a reação a 2008 e explicou:
“Não é a fala do presidente, não são os olhos do presidente, é a prática humanista do presidente. Para convencer as pessoas a investirem no Brasil, primeiro você tem que respeitabilidade”.
Explicando sua posição, afirmou que “as pessoas eram respeitadas ao mostrarem seu passaporte brasileiro” e que “as pessoas poderem ir para Bariloche e Miami” era algo que irritava muitas pessoas, voltando a justificar sua ida a Curitiba como postura combativa a seus detratores.
Na mesma linha argumentativa sobre captação de recursos, Lula atacou a posição do presidente e explicou o que pensa sobre a possibilidade de o Governo atual atrair recursos.
“As 51.000 pessoas que morreram até hoje não têm valor nenhum para o Bolsonaro. Ele não tem o menor respeito. Como pode um ser humano assim preside um país de gente tanta generosa quanto o Brasil? Então, o problema não é não ter dinheiro, o problema é ter credibilidade para cuidar do Brasil com nossas forças próprias. Como ele deu R$ 1,2 trilhão para o sistema financeiro e não quer dar duzentos e poucos para o povo brasileiro? Então, se Brasil pedir dinheiro, ninguém vai dar, porque o Bolsonaro não merece, não é um ser humano normal”.