Em entrevista ao Jornal Metrópoles, Ciro Gomes analisou a situação atual do Brasil, falando de pautas como o impeachment de Bolsonaro, a oposição e sua relação com Lula e o PT.
Perguntado sobre a postura de Lula diante de “uma frente ampla”, Ciro respondeu que “há três emergências que recomendam a unidade de todo mundo”.
A primeira seria “fazer o Bolsonaro aderir à ciência e parar de matar dezenas de milhares de pessoas que podemos salvar se Bolsonaro nomear um infectologista ou profissional de saúde”.
A segunda, continuou Ciro, seria “salvar empregos”.
A “terceira e dramática” seria “proteger as liberdades democráticas”, concluiu.
“Não é possível comparar um picareta de quinta categoria como Bolsonaro, um corrupto, um cara que não tem empatia, que não dá uma palavra de luto a 51 mil patriotas que morreram, com Lula, que é uma pessoa que deu a vida inteira a valores que são outros valores, que são valores humanos”, explicou, sobre comparações sobre as figuras de Lula e Bolsonaro.
“Bolsonaro, para mim, é um bandido”, disse, afirmando que “Lula é uma pessoa que se corrompeu no espírito” e que “presta um desserviço ao Brasil”.
Perguntado sobre quando supõe que processos de impeachment contra Bolsonaro possam começar a andar, Ciro mencionou reunião do presidente do PDT, Carlos Lupi, com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia esta semana.
“Na minha opinião, o ambiente popular só estará amadurecido por volta de setembro, e aí acredito que teremos esta ferramenta [impeachment] andando”.
“É uma ‘espada de Dâmocles’ dizendo para o Bolsonaro se comportar”, explicou, afirmando que serviria para cobrar de Bolsonaro que apresente planos econômicos, respeite o Congresso, respeite o Supremo, ou “lá está o pacote com 40 processos para andar”.
Respondendo a afirmações recentes de Lula de que a derrota de Fernando Haddad é responsabilidade de Ciro e Fernando Henrique, Ciro respondeu:
“O lulopetismo estabelece que Bolsonaro é responsabilidade minha, do Fernando Henrique, e não tem nenhuma responsabilidade dele, Lula, mentindo para o povo brasileiro que era candidato, tendo escolhido um candidato que tirou 16% na reeleição em São Paulo, e de quem ele destruiu a personalidade substituindo-a pela dele na última hora faltando pouco mais de 30 dias para as eleições. Na esteira de uma candidata que ele nomeou para o Brasil, porque não era conhecida, não vinha sequer da tradição do PT, não conhecia o Congresso Nacional, não sabia manejar a política brasileira, e que precipitou o Brasil em uma tragédia […] o Brasil afundou com [Joaquim] Levy comandando a economia com o PT e agora eles vêm falar que os neoliberais estão defendendo a democracia como se fosse uma contradição isso…”.