Silvio Almeida, doutor em filosofia e teoria do direito pela USP, participou nesta segunda-feira (22) do Roda Viva na TV Cultura.
Além de doutor em filosofia e teoria do direito pela USP, Silvio é professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP) e da Universidade Mackenzie, professor visitante da Universidade Duke, nos Estados Unidos, e presidente da Fundação Luiz Gama.
O doutor vinculou o fenômeno do racismo à estrutura social, estabelecendo como variáveis associadas e estruturantes partes da sociedade como, por exemplo, a economia, a política e o direito.
“Crises econômicas desvelam a natureza do racismo, que se reproduz com desigualdade”, iniciou, estabelecendo as diferenças a que estão submetidas pessoas com base em recortes étnicos.
“Como medir meritocracia em uma sociedade profundamente desigual?”, indaga o doutor, em certo momento da entrevista, cujo tópico principal é o racismo no Brasil e no mundo.
“O racismo ‘azeitado’ pelas condições econômicas, sociais, políticas e também as condições do ‘imaginário social’ que coloca sempre o negro nessa condição [de preconceito] vai destruindo o futuro do Brasil e pessoas absolutamente brilhantes não conseguem ter seu reconhecimento”, explicou.
“Como falar de meritocracia em um país que mata um menino de 14 anos que só queria estudar dentro de casa? Então, estamos muito longe para podermos falar disso”, concluiu.
Silvio Almeida também é autor de diversas obras sobre filosofia, racismo e consciência de classe, como o livro ‘Racismo Estrutural’, que discute como o racismo está na estrutura social, política e econômica da sociedade brasileira.