A ferramenta do Quaest / Jota que agrega as mais importantes pesquisas de aprovação de governo, desde a redemocratização até hoje, mostra que o presidente Jair Bolsonaro tem agora uma aprovação menor que a da presidenta Dilma num de seus períodos mais difíceis, o que se seguiu às jornadas de junho de 2013 até o final de 2014.
A aprovação positiva (ótimo e bom) de Dilma, que havia atingido 65% em março de 2013, segundo o Datafolha, desabaria para 30% ao final de junho do mesmo ano, ao passo que sua rejeição (ruim e péssimo), que era inferior a 10% no início de junho, subiria para um pouco mais de 30% ao final de julho.
A partir daí, a aprovação de Dilma experimentaria uma recuperação substancial até o final de 2014, antes de iniciar um processo fatal de deterioração assim que se inicia o seu novo mandato, em 2015, em função da sensação de “estelionato eleitoral” que a escolha de seu ministério iria deflagrar.
Entretanto, se olharmos apenas para 2013 e 2014, a situação de Dilma, ao menos em termos de aprovação e rejeição, era bem melhor que a de Bolsonaro hoje, tanto segundo o agregado de várias pesquisas, como segundo a pesquisa Quaest, divulgada hoje.
Segundo a pesquisa Quaest, Bolsonaro tem avaliação positiva hoje de apenas 21% dos brasileiros, ao passo que sua avaliação negativa subiu para 54%.
O site Jota, parceiro da pesquisa Quaest, adiantou ainda algumas informações interessantes sobre o levantamento, cuja íntegra ainda não foi divulgada.
Segundo o Jota, os grupos que se autoidentificam como de direita “avaliam bem o governo Bolsonaro e são uma fortaleza do presidente. Nesse grupo, a avaliação positiva atinge 48%, ante 19% de negativa”.
Entretanto, também informa o Jota, a avaliação negativa de Bolsonaro tem crescido “consistentemente” entre seus próprios eleitores. “No começo de março deste ano, entre os que declararam voto no presidente na última eleição apenas 9% avaliavam mal o governo. Agora, 22% acham que o governo Bolsoanro é ruim ou péssimo.”
Outro fator revelado pela pesquisa, e que confirma o que outras sondagem vem apontando, é a perda do apoio da classe média, um setor que foi fundamental para a vitória eleitoral e a sustentabilidade política de Bolsonaro até o momento. Segundo a pesquisa, “o melhor resultado” de Bolsonaro agora se dá entre famílias que ganham até 2 salários mínimos.