O Blog do Ibre, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), levantou dados sobre a facilidade ou dificuldade de as empresas terem acesso a crédito do Governo.
Apesar dos esforços e dos pacotes, empresas seguem sem acesso ao crédito.
O mercado de crédito continua bastante restrito.
O nível do indicador prévio de junho é o menor desde junho de 2016 (55,3 pontos) e mostra queda acumulada de 39,7 pontos desde janeiro de 2020.
Ou seja, haveria perda de mais de 41% do indicador em apenas cinco meses, algo que não foi observado sequer durante a crise de 2014-2016, já que o período mais longo com quedas consecutivas (novembro de 2014 a setembro de 2015) subtraiu 34,6 pontos, ou 37% do indicador.
Apenas o setor de Serviços apresentaria queda, indo de 60,5 para 54,5 pontos, o menor valor da série histórica.
Se esse resultado se confirmar para a final, o setor terá perdido 40% do maior valor observado no ano (90,8 pontos em janeiro).
Apesar do resultado aparentemente positivo do Comércio, ainda é o menor nível entre os setores e apresenta queda acumulada de 38% do indicador.
A Construção teria desempenho favorável, com alta de 3,0 pontos, fazendo o indicador ficar apenas 11,2 pontos abaixo do maior valor do ano (83,6 em março).
Por fim, a Indústria fica praticamente estável em relação a maio, sendo o setor com a maior perda absoluta em relação ao maior valor do ano (40% do indicador).
Em relação ao percentual de empresas reportando dificuldade de acesso ao crédito, Construção, Indústria e Comércio teriam recuado mais de 4 pontos percentuais em relação a maio.
Quando analisamos a facilidade de acesso ao crédito, todos os segmentos apresentaram recuo, e a maior queda absoluta seria a da Indústria.
Embora tenha havido recuo da proporção de empresas relatando dificuldade de acesso ao crédito, o mercado de crédito, em geral, continua tão restrito quanto nos últimos dois meses.
Apesar dos esforços para a ampliação da disponibilidade de crédito, a parcela de empresas afirmando facilidade de acesso ainda é muito baixa, e a de empresas relatando dificuldade está acima da média observada durante a crise de 2014-2016.
De maneira geral, esses resultados mostram que os esforços do governo para ampliar o crédito estão impactando os segmentos de maneira diversa.
Para os próximos meses, com o redesenho de alguns programas de crédito e aumento do diálogo de alguns setores diretamente com o governo, espera-se uma mudança de cenário, com melhora da parcela positiva, mas, principalmente, queda das repostas negativas.
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