PIA Produto: óleos brutos de petróleo, óleo diesel, minérios de ferro, automóveis e carnes bovinas são destaques da indústria em 2018
Editoria: Estatísticas Econômicas
18/06/2020 10h00 | Última Atualização: 18/06/2020 11h56
Agência IBGE — Em 2018, o valor da receita de vendas nas 39,0 mil unidades locais industriais das 32,5 mil empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas totalizou R$ 2,6 trilhões.
As cinco maiores participações eram de produtos alimentícios (16,9%), produtos químicos (10,3%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (10,1%), veículos automotores, reboques e carrocerias (9,9%) e metalurgia (7,4%).
De 2017 para 2018, a fabricação de automóveis ganhou 0,5 ponto percentual de participação, mas caiu uma posição no ranking, do 3º para o 4º lugar. Já a extração de petróleo e gás natural passou da 11ª posição em 2017 para a 6ª posição em 2018.
Entre 2017 e 2018, os óleos brutos de petróleo, com vendas de R$ 88,5 bilhões e participação de 3,4% no total, passaram à primeira posição no ranking, trocando de lugar com o óleo diesel, que teve R$ 82,4 bilhões e 3,2% de participação.
Em 2018, os 100 produtos industriais com maior valor de vendas somaram receita de R$ 1,4 trilhão, equivalente a 54,7% do total da receita das unidades locais industriais das empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas.
Entre os produtos que mais perderam posições frente a 2017, destacam-se os sabões ou detergentes em pó, o leite em pó e as preparações em xarope para elaboração de bebidas para fins industriais.
Na Região Norte, os três principais produtos industriais (minérios de ferro, televisores e telefones celulares) concentraram 32,8% do total de vendas da região. No Centro-Oeste, as carnes bovinas, o etanol para fins carburantes e os resíduos da produção de óleo de soja representaram 29,4% do total regional.
Essas são algumas das informações da Pesquisa Industrial Anual – PIA Produto 2018, que traz dados sobre valor da produção, receita líquida de vendas, quantidade produzida e vendida, a partir da investigação de unidades locais das empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas e/ou que auferiram receita bruta superior a R$ 15,1 milhões no ano anterior ao de referência da pesquisa.
Dez atividades industriais concentram 74,1% do valor de vendas
Em 2018 foram pesquisados cerca de 3,4 mil produtos e serviços industriais nas 32,5 mil empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas e suas 39,0 mil unidades locais industriais. O valor da receita de vendas nas unidades locais industriais totalizou R$ 2,6 trilhões em 2018 e os setores com as maiores participações, entre os 29 investigados, foram: produtos alimentícios (16,9%), produtos químicos (10,3%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (10,1%), veículos automotores, reboques e carrocerias (9,9%), metalurgia (7,4%), extração de petróleo e gás natural (4,1%), extração de minerais metálicos (4,0%), máquinas e equipamentos (4,0%), celulose, papel e produtos de papel (3,8%) e produtos de borracha e de material plástico (3,6%). A soma dessas dez principais atividades industriais concentrou 74,1% do total do valor de vendas de produtos e serviços industriais em 2018.
Em relação a 2017, os setores industriais que mais ganharam participação nas vendas foram coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,1 ponto percentual), extração de petróleo e gás natural (0,9 p.p.), metalurgia (0,7 p.p.), veículos automotores, reboques e carrocerias (0,5 p.p.) e extração de minerais metálicos (0,3 p.p.). Já as atividades que mais perderam participação foram produtos alimentícios (-1,8 ponto percentual), bebidas (-0,3 p.p.), outros equipamentos de transporte (-0,2 p.p.), confecção de artigos do vestuário e acessórios (-0,2%) e produtos de borracha e de material plástico (-0,2%).
Mesmo com ganho de participação, a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias perdeu uma posição no ranking de 2017 para 2018, passando do 3º para o 4º lugar e trocando de posição com coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis. Já a extração de petróleo e gás natural passou da 11ª para a 6ª posição, no período.
Óleos brutos de petróleo foram o principal produto em vendas em 2018
No ranking dos dez maiores produtos em relação às vendas de 2018, o grupo dos óleos brutos de petróleo liderou com vendas de R$ 88,5 bilhões e participação de 3,4% no total. Em seguida estão óleo diesel (R$ 82,4 bilhões e 3,2% de participação), minérios de ferro (R$ 72,2 bilhões e 2,8%), automóveis, com motor a gasolina, álcool ou bicombustível, de 1.500 a 3.000 cilindradas (R$ 61,4 bilhões e 2,3%), carnes de bovinos frescas ou refrigeradas (R$ 50,4 bilhões e 1,9%), etanol não desnaturado para fins carburantes (R$ 47,7 bilhões e 1,8%), gasolina automotiva (R$ 45,6 bilhões e 1,7%), pastas químicas de madeira (celulose) (R$ 37,1 bilhões e 1,4%), tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja (R$ 32,0 bilhões e 1,2%) e telefones celulares (R$ 29,1 bilhões e 1,1%). Os dez maiores produtos, em conjunto, representaram 20,8% do valor das vendas em 2018, participação superior à registrada em 2017 (19,2%).
Entre 2017 e 2018, os óleos brutos de petróleo trocaram de posição no ranking com o diesel. O etanol não desnaturado para fins carburantes também subiu uma posição, invertendo o posto com a gasolina. A maior evolução do período, entretanto, foi do produto pastas químicas de madeira (celulose), que subiu da 12ª posição em 2017 para a 8ª em 2018.
Os 100 produtos com maior valor de vendas somaram receita de R$ 1,4 trilhão
Em 2018, os 100 produtos industriais com maior valor de vendas somaram receita de R$ 1,4 trilhão, equivalente a 54,7% do total da receita das unidades locais industriais das empresas com 30 ou mais pessoas ocupadas. Entre esses produtos, os que mais ganharam posições no ranking, em relação a 2017, foram: zinco e ligas de zinco em formas brutas (lingotes, placas, etc.), que passou da 152a para a 93a colocação, naftas (da 112a para 69a), ligas de alumínio em formas brutas (lingotes, plaquetas, granalhas, etc.) (da 111a para 84a), caminhão-trator (cavalo mecânico), para reboques e semirreboques (da 56a para 30a), máquinas para colheita (da 105a para 80a), vergalhões de aços ao carbono (da 115a para 91a), tubos flexíveis e tubos trefilados de ferro e aço (da 122a para 98a), veículos para o transporte de mercadorias, com motor diesel, de capacidade máxima de carga não superior a 5 t (da 69a para 47a), ferronióbio (da 78a para 57a) e laminados metálicos (da 100a para 79a).
Sabões, leite em pó e xaropes para bebidas tiveram maiores quedas no ranking entre 2017 e 2018
Os dez produtos que mais perderam posições em relação a 2017 foram: sabões ou detergentes em pó (da 68a para 100a colocação), leite em pó (da 63a para 90a), preparações em xarope para elaboração de bebidas para fins industriais (da 47a para 63a), herbicidas (da 33a para 49a), café torrado e moído (da 36a para 51a), alumínio não ligado em formas brutas (da 80a para 95a), serviços relacionados à extração de petróleo e gás, exceto a prospecção (da 31a para 45a), bombons e chocolates em barras (da 54a para 68a), arroz semibranqueado ou branqueado (da 37a para 50a) e óleo de soja em bruto (da 42a para 54a).
Maiores concentrações de receita de vendas de produtos industriais estão no Norte e Centro-Oeste
Analisando os dados regionais, observa-se nas Regiões Norte e Centro-Oeste, e de forma menos intensa nas demais regiões, uma concentração nos principais produtos industriais. Na Região Norte, responsável por 6,9% do valor de vendas do país, minérios de ferro (19,3%), televisores (6,9%) e telefones celulares (6,6%), registraram as maiores participações e representaram 32,8% do total de vendas da região.
No Centro-Oeste, região que responde por 6,5% do total da receita industrial, os destaques foram carnes de bovinos frescas ou refrigeradas (12,6%), etanol não desnaturado para fins carburantes (8,8%) e tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja (8,0%), que foram responsáveis por 29,4% das vendas.
No Nordeste, que concentra 11,0% das vendas industriais, os destaques foram óleo diesel (5,9%), automóveis, com motor a gasolina, álcool ou bicombustível, de 1.500 a 3.000 cilindradas (4,8%) e pastas químicas de madeira (celulose) (3,3%), que corresponderam a 14,0% do total da receita.
Já no Sudeste, região mais industrializada do país, com mais da metade (55,4%) do total das vendas, e onde estão localizadas as maiores bacias petrolíferas do país, os três principais produtos, óleos brutos de petróleo (6,1%), óleo diesel (2,7%) e automóveis, com motor a gasolina, álcool ou bicombustível, de 1.500 a 3.000 cilindradas (2,5%), totalizaram 11,3% da receita de vendas.
Por fim, na Região Sul, que corresponde a 20,2% das vendas nacionais, os produtos líderes foram óleo diesel (3,9%), carnes e miudezas de aves congeladas (2,9%) e tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração do óleo de soja (2,1%), que atingiram 8,9% do valor de vendas na região.
Na série histórica de dez anos (2009-2018), apenas o Sudeste perdeu participação (de 62,0% para 55,4%), perda que foi absorvida, em especial, pelo Centro-Oeste (de 4,0% para 6,5%) e Nordeste (de 8,6% para 11,0%).
Óleo diesel, automóveis e pastas químicas de madeira (celulose) aumentaram a participação do Nordeste em dez anos
Analisando-se a dinâmica das cadeias produtivas entre 2009 e 2018, observa-se o avanço de produtos no ranking de cada região, além do que há produtos na lista dos principais destaques de 2018 que não faziam parte do ranking em 2009. Consolida-se a extração de minério de ferro no Norte, especialmente no Pará, além da indústria de eletrônicos formalizada pelo estabelecimento da Zona Franca de Manaus. O ganho de participação do Nordeste está vinculado ao novo eixo produtivo, ligado à indústria do petróleo, automobilística e de papel e celulose. No Sudeste, a cadeia do petróleo avançou, como por exemplo na exploração do pré-sal na Bacia de Santos, provocando a relativa redução de importância da fabricação de automóveis. No Sul, a produção de óleo diesel avançou, vindo somar-se à fabricação de produtos alimentícios. No Centro-Oeste, a produção de carne ganhou participação, com a relativa redução de importância dos resíduos de soja na região.
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