A prisão de Queiroz, a demissão de Weintraub e a validação do inquérito das fake news pelo STF movimentaram as apostas sobre Bolsonaro cair.
A cabeça de Flávio Bolsonaro pode ser a próxima derrota humilhante. Seria o começo do fim?
O jogo do poder funciona com regras próprias. Uma boa forma de tentar responder à “pergunta do milhão” é pular direto para o final do filme.
Quem ganha e quem perde com a queda de Bolsonaro?
Os fatos, mesmo os mais importantes ou absurdos, modificam peças no tabuleiro, aumentam a pressão, mas não tomam a decisão.
Rodrigo Maia já deixou claro que não pretende pautar o impeachment.
Não quer correr o risco de acabar como Ibsen Pinheiro ou Eduardo Cunha. Sem povo nas ruas, o Congresso vai derrubar o capitão numa sessão virtual?
O principal ganhador seria Mourão.
O vice faz de tudo para se inviabilizar. Interessa aos demais atores políticos entronizar um bolsonarismo sem Bolsonaro?
O TSE vai cassar a chapa? Novas eleições seriam convocadas. Doria poderia concorrer? Moro e Huck, sem filiação partidária, estariam habilitados?
Lula, inabilitado, continuaria excluído. Esta solução interessa a quem? A agenda liberal seria ratificada nas urnas?
O único setor da classe dominante que deseja a queda do presidente é a Globo.
Ela pode muito, mas não pode tudo. Os donos do dinheiro continuam fechados com a agenda de Guedes.
O ministro da Economia anunciou que só as reformas salvam o Brasil. Um misto de fanatismo ideológico e cinismo – querem aproveitar a crise para liquidar o estado brasileiro.
O “Posto Ipiranga” virou uma espécie de “seguro-problema”. Se aplicar seu programa – engolido pela pandemia e abolido no mundo inteiro -, o risco da popularidade do governo derreter é enorme.
Se demitir o devoto de Chicago, o presidente perde o apoio da Banca e pode cair.
Culpar os governadores pela crise econômica parece ser seu único recurso.
O capitão vai aprendendo da pior forma possível que não existe poder ilimitado.
O poder é ele mesmo e suas circunstâncias. Está sempre submetido à correlação de forças do momento.
Sem força objetiva para realizar seus desejos autoritários, Bolsonaro virou o adolescente rebelde que sai de casa e volta na segunda esquina ao perceber que não possui um centavo no bolso. Suas bravatas viraram piada.
Está morto? Ninguém morre com 1/3 da população ao seu lado. Mas governar é outro papo.
Conservar este apoio popular com as mortes escalando e a economia derretendo não será nada fácil.
Em função da falta de interessados e da bengala liberal, o mais provável é um presidente fraco, cada vez mais tutelado e cercado, até as próximas eleições.
Alan C
19/06/2020 - 18h46
Minha vontade é que o bozo fique até o final. Se vai ficar ou não, só os próximos acontecimentos dirão.
Pq espero que ele fique? A chapa não será cassada e eu tenho muito mais medo do Mourão do que um total paspalhão insignificante zé ninguém como o palhaço que atualmente senta na cadeira de presidente.
Segundo pq sou contra impeachment. O povo vota errado e depois fica 4 anos falando nisso. Passou da hora do povo aprender a votar e levar eleição a sério.
Paulo
19/06/2020 - 12h41
É difícil que o Botafogo venha a pautar o impeachment, porque agora é a hora do Centrão “fazer dinheiro”. Mas os fatos podem vir a atropelar a lógica política de momento…Especialmente a prova da prática de cometimento de crime, pelo Capetão…
Marcos Videira
19/06/2020 - 12h40
Cappelli aponta que a força política que sustenta Bolsonaro no Poder é o Sistema Financeiro.
Por ser uma minoria de pessoas, o Sistema Financeiro atua nos bastidores e precisa de uma massa social manipulada que defenda o interesse dos rentistas. As pesquisas indicam que Bolsonaro ainda tem uma massa social a seu lado.
A pergunta é: por quanto tempo ?
Todos os crimes noticiados já eram conhecidos. Porém, agora são escandalizados pelas mídias porque há outros interesses concorrentes. Os apoiadores de Bolsonaro devem estar com a mesma cara que o próprio apresentou na live de ontem à noite: um sujeito abatido, indeciso, decadente. E também é decadente o apoio social que lhe é dedicado. Restarão os 10% de fanáticos fascistas, insuficientes para garantir os interesses do Sistema Financeiro operado por Guedes.
Historicamente no Brasil, Agosto é um mês fatídico.