O Ministério Público, junto ao Tribunal de Contas da União, pediu abertura de investigação sobre possível superfaturamento na compra sem licitação de matéria-prima para medicamentos à base de cloroquina pelo Exército.
Na solicitação, o procurador menciona reportagens que indicaram que o preço pago pelo Comando do Exército pela matéria-prima aumentou seis vezes.
No pedido, reportagens mostrando que o órgão aumentou em 84 vezes o volume de produção de medicamentos à base de cloroquina também são mencionadas.
O presidente Jair Bolsonaro teria exigido ao Exército que produzisse mais comprimidos de cloroquina, o que levou a produção a atingir o número de mais de 2,2 milhões de cápsulas.
Segundo o procurador, flutuações causadas pela pandemia podem ter afetado os preços, mas um aumento tão significativo quanto o denunciado mostra indícios de superfaturamento.
Para ele, o governo desperdiça recursos adquirindo matéria-prima e medicamentos à base de cloroquina porque não há evidências da efetividade do medicamento contra a Covid-19.
Dois ministros da Saúde já deixaram o governo por discordarem do presidente sobre ampliar o uso da cloroquina.
Além disso, a OMS suspendou, na quarta-feira (17), estudo que investigava efetividade da droga em pacientes com Covid-19 por escassez de evidências positivas.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também contribuiu para o aumento do número de cloroquina em território nacional.
O Brasil recebeu dois milhões de doses de hidroxicloroquina dos EUA no início de junho de 2020.
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