A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) instalou, às 13h de hoje, uma comissão especial para analisar o processo de impeachment do governador Wilson Witzel (PSC).
O processo, aberto em 10 de junho pelo presidente da Assembleia, André Ceciliano (PT), acusa Witzel de superfaturamento na compra de respiradores e irregularidades na construção de hospitais de companha para o combate da Covid-19.
Witzel afirmou ter absoluta tranquilidade sobre sua inocência em nota na qual se defendeu das acusações:
“Não há absolutamente nenhuma participação ou autoria minha em nenhum tipo de irregularidade nas questões que envolvem as denúncias apresentadas pelo Ministério Público Federal.
Estranha-me e indigna-me sobremaneira o fato absolutamente claro de que deputados bolsonaristas tenham anunciado em redes sociais nos últimos dias uma operação da Polícia Federal direcionada a mim, o que demonstra limpidamente que houve vazamento, com a construção de uma narrativa que jamais se confirmará.
A interferência anunciada pelo presidente da República está devidamente oficializada.
Estou à disposição da Justiça, meus sigilos abertos e estou tranquilo sobre o desdobramento dos fatos.
Sigo em alinhamento com a Justiça para que se apure rapidamente os fatos. Não abandonarei meus princípios e muito menos o Estado do Rio de Janeiro.”
Por unanimidade, Chico Machado (PSD) foi escolhido para presidir a comissão de impeachment de Witzel.
Rodrigo Bacellar (Solidariedade) será o relator.
A comissão é formada por deputados de 25 partidos com representação na Casa.
O requerimento de abertura do processo analisado é de autoria dos deputados Luiz Paulo e Lucinha, ambos do PSDB.
Witzel terá o prazo de dez sessões para se defender a partir do momento em que receber o documento.
Em seguida, o grupo de parlamentares decide em cinco sessões pelo afastamento ou não do governador.
No dia 20 de junho, 69 dos 70 parlamentares da Alerj votaram de forma favorável à abertura do processo contra Witzel.