Fernando Haddad, candidato petista nas eleições de 2018, afirmou, em entrevista à BBC, que espera que o PT possa contar com a candidatura de Lula à Presidência em 2022. Haddad comentou também sobre a chance de construir uma aliança que englobe nomes como Ciro Gomes e FHC para evitar a reeleição de Jair Bolsonaro.
“Nós esperávamos que isso acontecesse em 2018, de quem fosse com Bolsonaro para o segundo turno tivesse o apoio dos demais. Essa era a expectativa de todo mundo que disputou aquela eleição. Então, eu não cometerei esse erro se por acaso o PT não estiver no segundo turno. Não sei quem será o candidato do PT. Espero que seja o Lula. Torço muito para que tudo dê certo, como advogado dele e como cidadão”, afirmou.
Ainda em relação à eleição de 2018, complementou: “se o Ciro fosse para o segundo turno, você acha que eu iria para a Europa? A chance de eu ir para o segundo turno era muito pequena. Eu tive 20 dias de campanha. Eu podia ter ficado nos 3% ali. Nos 5%, nos 10%”.
Haddad também afirmou que a proximidade cada vez maior de Jair Bolsonaro com o outrora demonizado Centrão deve, em tese, atrasar qualquer pedido de impeachment contra o presidente.
“Os movimentos recentes de franquear cargos para o Centrão, faz crer que essa agenda vai atrasar. (São) cargos que jamais foram franqueados para essas forças a quem ele nunca respeitou, embora sempre fizesse parte das legendas do Centrão. Ele se elegeu dizendo que jamais faria acordo com o que, nos dizeres dele, era o pior do Brasil. Quando o Centrão se associou à candidatura Alckmin, o general Heleno e o próprio Bolsonaro se referiram a esses partidos como a nata do que o Brasil tinha de pior”, disse.