Por Virginia Berriel
Esta é a pergunta que todos nós, imbuídos na luta pela vida fazemos. Obtivemos respostas dos pesquisadores e infectologistas. Estamos indo para o fim do isolamento social, de uma quarentena de três meses, que na verdade, não chegou a 68% da população, uma falsa quarentena onde o isolamento em alguns estados foi pífio, não foi voluntário, tamanho o descaso do Governo Federal, inimigo número um de todas as medidas de prevenção e combate ao Colvid-19, propostas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo próprio Ministério da Saúde. Desde o início da pandemia, como chefe da nação, Jair Bolsonaro se colocou frontalmente contrário às medidas de isolamento e passou a fazer campanha contra, aparecendo em locais públicos, causando aglomerações desnecessárias e sem utilizar-se das medidas de segurança. Perseguindo e criando atritos com os governos, fazendo propaganda enganosa da tal Cloroquina, como se médico fosse. Um desastre!
Não tivemos nenhuma campanha governamental, de massa, para orientar a população sobre a pandemia e os instrumentos de combate e prevenção à Covid-19. Os meios de comunicação, em seus telejornais trabalharam de forma incansável e precisa, fazendo o trabalho que deveria ter sido feito pelo Governo para orientar e salvar milhares de vidas. O Governo ainda acusou a imprensa de espalhar pânico a população, simplesmente porque divulgaram a verdade. Além de acusados, em muitos estados por mostrarem a verdade, jornalistas foram ameaçados, atacados e até tiveram os equipamentos quebrados.
s militares entraram no Ministério da Saúde e logo começou o atraso na veiculação das informações sobre o Acovid-19, o que ocorria sempre no final da tarde de cada dia, passou acontecer à noite, depois só por volta de 22 horas, para retardar a divulgação pelos meios de comunicação. O Ministério da Saúde, a mando de Bolsonaro, atrasou e alterou a forma de apresentação, excluindo os óbitos totais ocorridos em dias anteriores à data da divulgação, a ponto de no dia 07 de junho, no domingo, terem sido divulgados dois relatório, um com: “689.182 infectados e 37.312 mortes; posteriormente, outro com: 695.513 infectados e 36.455 mortes, nesse excluíram os óbitos ocorridos em dias anteriores”. Algo simplesmente estarrecedor. E para piorar, o Ministério informou que ia alterar a forma de apresentação dos relatórios e que seria lançada outra plataforma.
A insegurança gerada pelos atrasos, informações contraditórias e discrepantes, inconsistência e supressão de dados, sistema fora do ar, alteração na plataforma de informação sobre Acovid-19, tudo isso gerou instabilidade e descrédito. O Presidente ao invés de apagar o incêndio que fez, limitou-se a criticar o jornalismo e acrescentou: “ninguém tem que correr para atender a Globo”, (referindo-se aos atrasos das informações divulgadas pelo Ministério da Saúde).
Governo tenta esconder mortes
Falta de transparência e a tentativa do Governo de maquiar e esconder dados não deu certo. O país foi destaque negativo nos principais veículos de comunicação do mundo, inclusive sendo acusado de censura e totalitarismo. Nos renomados britânicos The Guardian e Financial Times, nos americanos The Washington Post, TV Amerciana ACB News e emissora do mundo Árabe Al Jazeera, dentre outros foi: “Brasil esconde dados de mortes por Acovid-19”. A OMS também manifestou-se cobrando transparência nas informações.
A tentativa de esconder as mortes foi mais um atentado cometido por esse Governo irresponsável, que imediatamente recebeu as manifestações por parte dos cientistas e entidades. Também aguçou a verve da imprensa, que mais uma vez saiu na frente, criou um consórcio com os jornais: Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL, conjuntamente fazem o levantamento e divulgam os registros de contaminação e mortes, todos os dias. Mais um trabalho impecável da imprensa.
Os governos dos Estados com os maiores índices de óbitos, como São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e outros com a curva em ascendência, passaram a flexibilizar o isolamento e permitir o retorno ao trabalho de milhares de brasileiros. Nesses Estados, foi utilizada regra de forma escalonada e por segmento de serviços. Pergunta que não quer calar, quem vai fiscalizar a lotação nos transportes? Quem vai fiscalizar os estabelecimentos comerciais, os shoppings? Como e de que forma será feito o controle de acesso para garantir a segurança dos trabalhadores?
A vida dos trabalhadores está em risco
Será que a flexibilização não vai permitir o dobro de casos e mortes? Já estamos beirando os 800 mil infectados e com mais de 40 mil óbitos. Numa entrevista para o RJ 1 da Globo, nesta semana, a Dra. Margareth Dalcomo, pesquisadora da Fiocruz, referência para o Acovid-19, afirmou: “eu vi essas imagens dos ônibus lotados e fiquei doente, estragou meu dia, porque essas pessoas daqui a 12, 14 dias estarão numa fila demandando o leito de um hospital”. Ela também disse que a flexibilização nessa curva de óbitos e de forma descontrolada pode ser desastrosa.
O Governo Federal incita a morte, o Governo Estadual flexibiliza tudo, o Governo Municipal libera por etapas, uma confusão generalizada e inacreditável. Já estamos no terceiro mês de pandemia, óbvio que as pessoas estão cansadas, confusas e sem informação precisa. As informações das autoridades são divergentes, seria necessário um discurso harmônico de todos. Seria importante que todos estivessem preocupados com a vida e não apenas com a economia.
Flexibilizar o isolamento no momento em que temos mais de mil mortes em 24 horas, é no mínimo um atentado. Permitir a circulação de trens, ônibus e metrôs lotados é colocar em risco a vida e ser cúmplice da morte dos trabalhadores. Infelizmente é o que vai acontecer aos montes, por irresponsabilidade, insensatez e ganância dos governos que colocam o povo à beira do abismo e o Brasil em perigo.
Os trabalhadores não querem a falência das empresas, precisam delas com saúde financeira para gerar postos de trabalho, mas os trabalhadores não podem ser penalizados e nem empurrados para a morte. Essa doença é altamente letal, ela desafia o mundo, onde a maioria dos países e seus governantes adotaram todas as regras de isolamento e defenderam a quarentena. No Brasil, os governantes vão na contramão das orientações, no mínimo, o que está acontecendo aqui tem nome, chama-se genocídio.
No Brasil, temos o “Governo da Morte”, assim podemos denominá-lo. As entidades jurídicas e instituições que defendem a vida e as leis, devem ficar atentas, precisam tomar todas as providências para culpabilizá-lo pelas mais de 40 mil mortes. Embora a comunidade científica saiba de todos os riscos que corremos, ela não tem o poder de interferir no Governo, parece que ninguém tem. Por essa razão precisamos gritar ao mundo, denunciar sem trégua as decisões arbitrárias e equivocadas do Governo.
Necessário destacar que os dois ex-ministros da saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, saíram do Ministério porque não aceitaram os arbítrios de Bolsonaro, este manteve o General Eduardo Pazuello, ministro interino da saúde, porque ele está ali para cumprir cegamente todas as suas ordens. Ele é cúmplice dos desmandos do patrão. Não é médico, nada entende de saúde e parece que não faz questão de entender. Assumiu interinamente e a única coisa que fez a frente do Ministério da Saúde foi indicar mais de 25 militares para cargos estratégicos, sendo que nenhum deles é da área de saúde. Está aí o resultado do caos, do risco e perigo que todos nós estamos vivendo nessa pandemia.
Choramos e não podemos nos calar diante dessas mais de quarenta mil mortes. E certamente o resultado dessa flexibilização descontrolada veremos dentro de mais alguns dias, temos que culpabilizar os responsáveis. Não podemos aceitar que mesmo conhecendo todos os recursos para garantir a vida, os governos tenham se omitido e empurrado para a morte milhares de brasileiros.
#ForaGovernoBolsonaro
Kleiton
11/06/2020 - 21h03
De novo usando os mortos para fazer política…? Não cansam…?
Paulo
11/06/2020 - 19h39
No meio de tantas idas e vindas, é impossível um homem entender-se. Em São Paulo, o governador falava há uma semana em “lockdown”, agora fala em abertura por etapas. O prefeito antecipou feriados (até o religioso, de hoje, no que agiu de forma arrogante e até herética), na tentativa de evitar a interação social, na cidade, e, agora, fala em reabertura. No Rio, é um continuado processo de confusão, envolvendo políticos e a Justiça. E em outros locais, também. Há até uma temerária tese esposada – acho – pela UFA, que li hoje, de que “o vírus teria ficado menos virulento em Manaus”, a partir do suposto dado de que o nº de contágios teria aumentado, enquanto o de mortes teria diminuído…