Brasil caminha para o 1º lugar no ranking de novos casos e mortes por Covid-19

Os gráficos desse post foram obtidos no site interativo do Financial Times e no Our World in Data.

Vamos comentá-los.

O gráfico acima, do Our World in Data, traz o número de mortes diárias por milhão de pessoas.

A Suécia ocupa o primeiro lugar no mundo nesse ranking. Esse é o país que Bolsonaro usou como exemplo, o que é um absurdo.

Se a Suécia chegou a um nível tão elevado de mortes por Covid, na proporção de sua população, mesmo sendo o país com o melhor sistema de saúde do mundo, além de ter uma baixíssima densidadde demográfica, com quase metade de seus 10 milhões de habitantes morando sozinhos, e todos ocupando habitações espaçosas, então é óbvio que a sua estratégia de combater o Covid-19 não foi desastrosa e, sobretudo, jamais poderia ser copiada por um país como o Brasil!

***

Os outros gráficos são do Financial Times, e são ainda mais interessantes, porque organizados a partir de um número específico de mortes ou casos, de maneira que a comparação entre países fica mais lógica.

Os números estão em média de 7 dias, o que ajuda a reduzir o ruído derivado das oscilações diárias.

Eu comparei sobretudo Estados Unidos com Brasil, os dois países que hoje apresentam os números mais graves, tanto de casos como de mortes.

O gráfico acima, com escala logarítima, mostra que o Brasil caminha para ser, em pouco tempo, o principal foco de Covid-19 no mundo, superando os Estados Unidos.

Em número de mortes diárias, o Brasil também caminha para assumir o primeiro lugar em pouco tempo.

As duas linhas começam pela marca das primeiras 3 mortes registradas, então é possível comparar a evolução da doença em ambos os países. Enquanto nos EUA, vemos uma curva achatada e já declinante, a do Brasil continua a subir dramaticamente.

Sempre é bom lembrar que a população brasileira apresenta vulnerabilidades muito maiores que a americana. Apesar dos Estados Unidos também possuir milhões de pessoas de baixa renda, não há nada parecido com o nível de miséria, em bairros com alta concentração demográfica, visto no Brasil. Essa é a razão pela qual os cuidados de prevenção no Brasil deveriam ter sido muito maiores do que nos Estados Unidos. Infelizmente, não foi o que ocorreu. O presidente da república, Jair Bolsonaro, menosprezou os alertas da comunidade médica desde o início da pandemia. E continua menosprezando.

O gráfico acima é o número de mortes diárias por milhão de habitantes. Nele também pode ser ver como o Brasil deve ultrapassar os EUA também nesse ranking.

O gráfico acima traz um comparativo entre dois países europeus, Alemanha e Suécia, que adotaram estratégias distintas no combate ao Covid-19. Na Suécia, o governo optou por não adotar medidas rígidas de isolamento social. O descolamento entre as duas linhas é brutal. Enquanto a Alemanha consegue achatar a curva das mortes já a partir do vigésimo dia a partir dos primeiros óbitos, as fatalidades na Suécia disparam no mesmo período.

Até hoje, a curva da Suécia ainda não apresenta uma tendência clara de redução.

O gráfico acima traz o número novos de casos para Suécia e Alemanha, por milhão de habitantes. Nele, o declínio da curva alemã é evidente, ao passo que a Suécia não conseguiu, até o momento, domesticar a disseminação do vírus no país, que apresenta a taxa mais alta da Europa, em termos per capita.

Redação:
Related Post

Privacidade e cookies: Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.