Texto na íntegra: Discurso do presidente Xi Jinping na abertura da 73ª Assembleia Mundial da Saúde
2020-05-18 21:04:49丨portuguese.xinhuanet.com
Beijing, 18 mai (Xinhua) — O presidente chinês Xi Jinping proferiu na segunda-feira um discurso via link de vídeo em Beijing na abertura da 73ª Assembleia Mundial da Saúde.
Segue o texto na íntegra do discurso:
Vencer a COVID-19 com Solidariedade e Cooperação e Construir uma Comunidade Global de Saúde para Todos
Discurso de Sua Excelência Xi Jinping, Presidente da República Popular da China, na Abertura Virtual da 73ª Assembleia Mundial da Saúde
Beijing, 18 de maio de 2020
Senhor Presidente da Assembleia Mundial da Saúde,
Senhor Diretor-Geral da Organização Mundial da Saúde,
Senhores Representantes,
Primeiro, gostaria de salientar que é de extraordinária importância a realização da presente assembleia neste momento crítico da luta da humanidade contra a COVID-19.
O que estamos sofrendo é a emergência mais séria da saúde pública global desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Pegando o mundo de surpresa, a COVID-19 atingiu 210 países e regiões, tendo afetado mais de 7 bilhões de pessoas e causado a perda de mais de 300 mil vidas preciosas. Queria expressar as condolências aos falecidos e a solidariedade aos seus familiares!
A história da civilização humana é também uma cronologia de lutas contra doenças e desastres. O vírus não respeita fronteiras, nem distingue raças. A comunidade internacional não recuou diante da feroz COVID-19 e povos de todos os países são unidos como um só e avançam com coragem, ajudando-se um a outro. Com amor e compaixão, forjamos sinergia extraordinária na luta contra a COVID-19.
A China, com árduos esforços e enormes sacrifícios, tem revertido a situação, conseguindo proteger a vida e a saúde do povo. Com atitude de abertura, transparência e responsabilidade, informamos tempestivamente a OMS e os países relacionados sobre a COVID-19, disponibilizamos na primeira hora a sequência genética do vírus, compartilhamos, sem reserva nenhuma, as experiências do controle e tratamento com todas as partes, e oferecemos todos os apoios e assistências dentro das nossas capacidades aos países em necessidade.
Senhor Presidente,
A contínua propagação do vírus nos exige maiores esforços de controle e tratamento. Queria fazer as seguintes propostas:
Primeiro, temos que fazer tudo que podemos para garantir o controle e tratamento da COVID-19. Esse é a tarefa primordial. Temos que priorizar sempre o povo e as suas vidas. Precisamos disponibilizar de maneira coordenada os recursos médicos e os suprimentos essenciais. Precisamos adotar medidas efetivas nas áreas-chave como a prevenção, a quarentena, a deteção, o tratamento e o rastreamento. Precisamos agir o mais rápido possível para conter a propagação transfronteiriça e a disseminação no mundo do vírus. Precisamos reforçar o compartilhamento das informações, trocar as boas experiências e práticas, realizar a cooperação internacional em matéria de métodos de teste, tratamento clínico, e desenvolvimento das vacinas e medicamentos, bem como continuar apoiando as pesquisas científicas sobre as fontes e via de transmissão do vírus.
Segundo, temos que apoiar o papel de liderança da OMS. A organização, liderada pelo Dr. Tedros, tem feito contributos importantes em conduzir e impulsionar a resposta global à COVID-19, e o seu trabalho excelente é altamente reconhecido pela comunidade internacional. Neste momento crucial, apoiar a OMS é apoiar a cooperação internacional e a batalha de salvar vidas. A China apela a que a comunidade internacional aumente o apoio político e financeiro à OMS, e mobilize recursos de todo o mundo para vencer o vírus.
Terceiro, temos que aumentar o apoio aos países africanos. Os países em desenvolvimento, particularmente os africanos, têm sistemas da saúde pública relativamente frágeis. Ajudá-los a aumentar a capacidade deve ser a nossa prioridade. A comunidade internacional deve oferecer mais apoios materiais, tecnológicos e de recursos humanos aos países africanos. A China tem enviado uma grande quantidade de suprimentos médicos para mais de 50 países africanos e a União Africana, além de 5 equipes de especialistas médicos para o continente. Em total, nas últimas 7 décadas, mais de 200 milhões de africanos têm recebido serviços médicos oferecidos pelas equipes médicas chinesas. Atualmente, ainda há 46 equipes médicas chinesas residentes na África que estão ajudando com os trabalhos de contenção no local.
Quarto, temos que reforçar a governança global da saúde pública. O homem vai vencer o vírus. No entanto, esta não pode ser considerada a última vez que uma grande emergência de saúde pública nos desafia. É importante melhorar o sistema de governança para a segurança da saúde pública mirando as lacunas e insuficiências expostas. Precisamos responder mais rapidamente às emergências da saúde pública e estabelecer centros globais e regionais de reserva de suprimentos anti-epidêmicos. A China apoia a ideia de fazer uma revisão abrangente da resposta global quando o vírus estiver sob controle, para resumir experiências e colmatar as insuficiências. O trabalho deve ser baseado na ciência e profissionalismo, liderado pela OMS e efetuado de maneira objetiva e imparcial.
Quinto, temos que recuperar o desenvolvimento econômico e social. Os países com condições podem reabrir, de maneira ordenada, os negócios e as escolas, uma vez que não afrouxem os trabalhos de contenção do vírus e observem as recomendações profissionais da OMS. Devemos reforçar a coordenação internacional de políticas macroeconômicas, garantir que as cadeias industrial e de suprimentos globais sejam estáveis e não sofram rupturas, e fazer o máximo para promover a retomada do crescimento econômico mundial.
Sexto, temos que reforçar a cooperação internacional. A humanidade é uma comunidade de futuro compartilhado. A solidariedade e cooperação são as armas mais poderosas para vencer a COVID-19. Esta é uma importante experiência que a comunidade internacional tem obtido nas lutas contra VIH/SIDA, Ebola, Gripe Aviária, Gripe A (H1N1) e outras grandes epidemias. A solidariedade e cooperação constituem o caminho correto que nos conduzirá a vitória sobre a COVID-19.
Senhor Presidente,
A China, orientada pela visão da comunidade de futuro compartilhado da humanidade, cumpre suas responsabilidades não só pela vida e saúde do próprio povo, como também pela segurança pública global. Para promover a cooperação contra a COVID-19, gostaria de anunciar o seguinte:
– A China vai oferecer em dois anos U$ 2 bilhões para apoiar a resposta à COVID-19 e o desenvolvimento econômico e social dos países afetados, sobretudo os em desenvolvimento.
– A China vai trabalhar com a ONU para estabelecer na China um armazém e hub de resposta humanitária global, com vistas a garantir o funcionamento da cadeia de suprimentos anti-epidêmicos e criar “canais verdes” de rápido transporte e desalfandegamento.
– A China vai estabelecer um mecanismo de cooperação para seus hospitais emparelharem-se com 30 hospitais africanos, acelerar a construção de quartel do centro de controle e prevenção da África para ajudar o continente a ficar mais preparado e ter maior capacidade de controle de doenças.
– Assim que a vacina chinesa esteja desenvolvida e aplicada, ela será disponibilizada como um bem público global. Será o que a China contribui para garantir a disponibilidade e acessibilidade de preço da vacina nos países em desenvolvimento.
– A China vai trabalhar com os outros membros do G20 para implementar a Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida para os países mais pobres. A China está disposta a trabalhar com a comunidade internacional para dar maior apoio aos países severamente afetados sob grande pressão do serviço da dívida, para que eles possam ultrapassar as dificuldades atuais.
Que trabalhemos de mãos dadas para proteger a vida e a saúde de povos de todos os países, salvaguardar o planeta Terra – o nosso lar comum-, e construir uma comunidade global de saúde para todos!
Obrigado.
Paulo
18/05/2020 - 20h25
Oferece U$ 2 bilhões para apoiar a resposta à COVID-19 e tome blá-blá-blá. Muita conversa e pouco dinheiro. A China quer restaurar sua credibilidade (se é que de algum modo a teve em plenitude, antes da pandemia). Até chamar os cachorros de “nossos amigos” e proibir o abate desses animais Xi-Jinping já fez. Pra não falar dos morcegos. É preciso que a China se democratize, aos moldes ocidentais, como fizeram, com sucesso, o Japão e a Coreia do Sul, por exemplo. Aí, sim, poderá se altear entre as nações, e, quem sabe talvez, assumir daqui a algumas décadas o papel de maior e mais rica democracia do mundo…
Clovis Miranda Garcia
19/05/2020 - 23h16
Se o discurso ou as palavras significam alguma coisa , o líder chines pelo menos sai muito á frente do outro líder americano, O chamamento à cooperação num momento tão desafiador para humanidade se contrapõe ao discurso belicista e acusatório de quem nunca foi solidário e só empunhou armas , violência e dominação para com os outros. Estará o mundo apto à outro modo de vida no pós pandemia, ? Quem viver verá,