Vídeo que Planalto não quer mostrar traz Bolsonaro xingando China e Weintraub chamando ministros do STF de “filhos da puta”

Jair Bolsonaro em coletiva de imprensa ao lado do presidente da China, Xi Jinping, em Brasília - 13/11/2019 Alan Santos/PR

Segundo a jornalista Thaís Oyama (que apesar de seu interesse um pouco exagerado pela Venezuela, é uma ótima profissional), entre as razões pelas quais o governo receia tornar público o vídeo de uma reunião ministerial realizada no dia 22 de abril deste ano, não está apenas uma suposta corroboração da denúncia de Sergio Moro, de que o presidente Jair Bolsonaro tentava, explicitamente, interferir politicamente nas investigações da Polícia Federal.

Outros motivos seriam que, na mesma reunião, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, aparece xingando os ministros do STF.  “São onze filhos da puta”, teria dito o ministro. Outro momento sensível seria quando o presidente Bolsonaro se refere a China em termos “pouco elogiosos”.

O xingamento aos ministros do STF, os quais, apesar de sua erudição, são indivíduos profundamente vaidosos e melindrosos, e que já devem estar furiosos com o fato do presidente Bolsonaro e seu entorno prestigiar, participar e mesmo patrocinar manifestações contra o tribunal, serve como um ingrediente a mais para azedar de vez a relação entre os dois poderes.

O STF, como os governos petistas – e o Brasil todo, por consequência – puderam experimentar na carne, tem um poder político descomunal, e até agora tem se mantido relativamente reservado. Um vídeo do ministro Weitraub xingando os juízes numa reunião ministerial, como se estivesse num botequim conversando com bolsominions, terá um efeito devastador sobre a imagem do governo, e em sua relação com o judiciário.

A depender do que seriam esses termos “pouco elogiosos” usados pelo presidente Bolsonaro para se referir a China, isso pode resultar em outra crise diplomática, desta vez com consequências ainda mais drásticas, por encontrar um ambiente já desgastado, pois os bolsonaristas, entre eles o filho do presidente, continuam a disseminar fake news contra a China.

O problema diplomático com a China, que já existe, poderia se agravar, dificultando ainda mais os esforços do governo brasileiro para importar remédios e equipamentos de proteção individual, que apenas a China pode fornecer.

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