Nesse post, vamos apresesntar análises, tabelas e gráficos correspondentes ao comércio exterior brasileiro (exportação e importação) no mês de abril, comparando-o com os meses de abril de anos anteriores.
Achei importante focar apenas em abril, porque foi um mês de quarentena muito dura para os brasileiros e para a nossa economia, e o que aconteceu neste mês servirá mais ou menos de guia para o que acontecerá nos próximos meses.
Vamos começar pela importação.
O Brasil, ao invés de estar importando remédios, testes de Covid, aparelhos médicos, equipamentos de proteção individual, além dos produtos tecnológicos para enfrentar a pandemia, está gastando sua balança de pagamentos com fertilizantes e derivados de petróleo.
A compra de fertilizantes cresceu 23% em abril, totalizando US$ 577 milhões, e já representa 5% das importações brasileiras, tornando-se o produto que mais pesa em nossa balança comercial.
(E a Petrobras fechando nossas únicas fábricas de fertilizantes…)
No total as importações brasileiras somaram US$ 11,6 bilhões em abril, queda de 14,8% sobre igual mês de 2019.
A importação brasileira de derivados de petróleo caiu 45% em abril (na comparação com o ano anterior), mas os EUA tiveram perda menor, porque ampliaram ainda mais seu controle sobre o mercado brasileiro.
O principal derivado importado pelo pais é o óleo diesel.
Considerando apenas o óleo diesel, 88% de todo produto importado pelo Brasil vieram de refinarias norte-americanas.
Do total dos derivados de petróleo importados pelo Brasil em abril, 76% vieram dos EUA.
Estados Unidos e China foram as principais origens das importações brasileiras em abril; ambos nos venderam o equivalente a US$ 2 bilhões, no mês. Em seguida, por ordem de importância, como origens de nossas importações, vieram Alemanha, Argentina, Japão, México, Índia, Itália e Coréia do Sul.
A China nos vendeu sobretudo produtos manufaturados, com alto valor agregado: máquinas ou aparelhos elétricos, celulares, produtos químicos orgânicos, tecidos (nessa categoria devem estar as máscaras de proteção biológica) e computadores.
Os Estados Unidos nos venderam muito derivado de petróleo, como já vimos acima, mas também produtos químicos orgânicos, produtos químicos, plásticos, carvão, equipamentos industriais, e farmacêuticos.
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Agora vamos analisar nossas exportações de abril.
O Brasil exportou o equivalente a US$ 18,3 bilhões em abril, uma queda de 5% sobre igual mês de 2019.
Essa queda, no entanto, poderia ser muito maior, não fosse a China, que aumentou dramaticamente, em quase 60% (em quantidade) suas compras do Brasil.
As exportações brasileiras para a China em abril somaram US$ 6,9 bilhões. Com isso, o gigante asiático isolou-se como principal destino dos produtos brasileiros. Em abril de 2020, considerando a receita, quase 40% das exportações brasileiras foram para a China.
Enquanto isso, a participação americana nas exportações brasileiras registrou em abril seu índice mais baixo dos últimos anos, de apenas 9,6%.
Esse aumento das compras chinesas é explicado, provavelmente, pela Covid-19. Como a China paralisou sua economia, teve que aumentar suas importações, e o Brasil foi beneficiado.
Como os preços dos produtos caíram, todavia, a China conseguiu comprar mais por menos. Enquanto as exportações brasileiras para China em abril, como já dissemos, aumentaram quase 60% em quantidade (sobre mesmo mês de 2019), essa variação foi bem menor, de 23%, em valor.
Em quantidade, o percentual da China é ainda mais impressionante: 54% de todas as exportações brasileiras foram para a China. Para os EUA, nosso segundo parceiro comercial mais importante, foram apenas 4%.
As exportações brasileiras de todos os produtos chegou a 59 milhões de toneladas em abril; 32 milhões de toneladas foram para a China.
Essa disparidade entre valor e quantidade é porque a China compra sobretudo produtos pesados, como soja e ferro.
Com a queda da receita das exportações de petróleo, a soja voltou a assumir o pódio da balança comercial brasileira.
As exportações brasileiras de soja totalizaram US$ 5,5 bilhões em abril, alta de 65% sobre igual mês do ano anterior!
Esse aumento foi puxado pela China, que importou 72% de toda a soja brasileira exportada. As vendas brasileiras de soja para a China subiram 75% em abril, na comparação com o mesmo mês de 2019.
A China também aumentou fortemente suas compras de minério de ferro e carnes.
Em abril, a China comprou 51,4% de todo o minério de ferro embarcado pelo Brasil.
Com o setor de carnes, a participação da China foi ainda mais impressionante.
Em abril, o Brasil exportou mais de 600 milhões de dólares à China em carnes, alta de 65% sobre igual mês do ano anterior; com isso, a participação da China nas exportações brasileiras de carne subiu para 47% em abril (contra 29% em abril de 2019).
Considerando apenas as quantidades, as exportações brasileiras tiveram um desempenho notável em abril, com alta de 27% sobre o ano anterior.
A exportação brasileira de soja, por exemplo, cresceu 73% em abril, na comparação com o mesmo mês do ano passado, totalizando 16,3 milhões de toneladas.
DAS GERAES
12/05/2020 - 17h32
Depois que conhecido o vídeo da famigerada reunião de ilustres da República (BOZO, Moro Marreco, Damares Goiabeira, Weintraub Semianalfabeto, Ernesto Nazijegue dentre outros), quem sabe a China resolve a reduzir drasticamente as importações de produtos brasileiros. Se isto acontecer, o agronegócio nunca mais sairá do buraco.
Paulo
08/05/2020 - 18h47
Isso não é nada bom…
chichano goncalvez
08/05/2020 - 18h05
Só os capaxos que estão no desgoverno, não se importam com isso, desde que possam entregar as exportações de graça para os estados unidos tudo bem pra eles, e ainda se dizem patriotas, acho que o Judas Iscariottis é mais serio que eles.