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No Estadão
1º de Maio junta rivais políticos de Bolsonaro
Celebração deve unir FHC, Lula, Ciro e Maia, além de nove centrais sindicais e artistas
Ricardo Galhardo, O Estado de S.Paulo
01 de maio de 2020 | 05h00
Em meio à pandemia do novo coronavírus, nove centrais sindicais vão fazer hoje uma celebração online do 1º de maio. Pela primeira vez, a data não será comemorada com shows e discursos para milhares de pessoas nas ruas. A comemoração do Dia do Trabalho também deve ficar marcada pela presença de antigos adversários políticos no mesmo palanque virtual. Embora algumas delas devam fazer discursos fortes contra o presidente Jair Bolsonaro, essa não deve ser uma bandeira única do evento.
Confirmaram presença os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), os ex-ministros Ciro Gomes (PDT), Marina Silva (Rede) e Fernando Haddad (PT), além dos governadores Flavio Dino (PC do B), do Maranhão, e Eduardo Leite (PSDB), do Rio Grande do Sul. Também devem participar entidades da sociedade civil, líderes sindicais, artistas brasileiros e até o ex-baixista do Pink Floyd, Roger Waters.
Os organizadores comparam a amplitude dos setores políticos representados com o movimento pelas Diretas Já, na década de 1980, que reuniu desde Lula e Leonel Brizola até Tancredo Neves e Ulysses Guimarães.
“É um 1º. de maio para questionar as políticas de emprego, saúde e salário mas também para colocar a questão da defesa da democracia. Não podemos deixar o Bolsonaro tratar o País como o quintal da casa dele, onde os filhos andam de patinete e fazem o que bem entendem. E sabemos que o movimento sindical sozinho não vai fazer essa mudança. Por isso decidimos ampliar”, disse o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna.
“Se vai ser impeachment, renúncia ou outra coisa quem vai dizer é a sociedade. Mas este presidente não pode continuar assim”, disse o líder sindical, um dos que compara o movimento atual com a Diretas Já.
Diante da impossibilidade de realizarem um ato físico, devido à pandemia do coronavírus, as centrais optaram por fazer uma transmissão ao vivo pelas redes sociais durante toda a tarde de hoje.
Negociação
O evento começa com uma celebração ecumênica que vai reunir representantes de diversas religiões e a partir daí vai intercalar apresentações artísticas com discursos políticos. Será a primeira vez que Lula e FHC dividem um palanque, mesmo que virtual, desde o segundo turno da eleição de 1989, quando o tucano apoiou o petista contra Fernando Collor de Mello.
A articulação teve percalços. Setores da Central Única dos Trabalhadores (CUT), ligada ao PT, questionaram a direção da central sobre a participação em um mesmo ato com Rodrigo Maia e Alcolumbre, segundo eles “inimigos dos trabalhadores”. Representantes do PSOL, entre eles o ex-presidenciável Guilherme Boulos, decidiram não participar do ato devido à presença da dupla do DEM.Representantes de organizações da sociedade civil como Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Associação Brasileira de Imprensa (ABI) foram convidados e devem participar.
Para manter a audiência, foram escalados dezenas de artistas. Os cantores Chico César, Zélia Duncan, Otto, Preta Ferreira, Dexter, Delacruz, Odair José, Leci Brandão, Aíla, Preta Rara, Mistura Popular, Taciana Barros e Francis e Olivia Hime vão se juntar a atores como Dira Paes, Osmar Prado, Maeve Jinkings, Paulo Betty, Fabio Assunção e Bete Mendes.
O ator norte-americano Dany Glover, que já participou de outros eventos da esquerda no brasil e o músico britânico Roger Waters são as atrações internacionais. O ex-baixista do Pink Floyd enviou um vídeo cantando We Shall Overcome (Nós Devemos Superar, em tradução livre), composição do cantor folk Pete Seger, usada na campanha do ex-pré-candidato Democrata à presidência dos EUA Bernie Sanders.
Waters virou inimigo da extrema-direita brasileira ao estampar a frase “Fora Bolsonaro” em shows no Brasil em 2018. O 1º. de Maio unificado será organizado pelas nove maiores centrais sindicais do país, CUT, Força, UGT, CTB, CSB, CGTB, Nova Central, Intersindical e Publica sob o lema “Saúde, Emprego e Renda. Em defesa da Democracia. Um novo mundo é possível”.
fiorenzo
01/05/2020 - 10h11
Para animar o dia terà show do Gentili e dança do ventre do Kim Kataguiri…?
Henry P.
01/05/2020 - 10h10
A premissa è que o caso do Diretor da PF nada tem a ver com a nomeçao de Lula na Casa Civili para fugir do processo, disso nào hà duvida.
Faço uma simples pergunta…
Se esse Ramagem não vai poder assumir e Bolsonaro escolher outro sujeito tambèm amigo (como todo mundo fàz por motivos obvios) e as vezes menos competente (jà que esse Ramagem è de competencia e experiencia comprovada entre os delegados da PF, Moro tambèm disse issso e està no topo da lista) o novo escolhido vai passar por sabatina no STF para poder assumir…?
Quem vai saber se outro escolhido serà melhor, pior, mais proximos ou mais distante de Bolsonaro que o Ramagem…?
DENILSON DUARTE LANA
01/05/2020 - 09h52
Maia, Alcolumbre e outros que foram responsáveis diretos pela maior retirada de direitos trabalhistas, que já se viu neste país, estarão “presentes” pra falar sobre emprego, salários, saúde do trabalhador? É de uma hipocrisia e contradição sem tamanho. Pode-se formar uma frente pra conter o avanço do autoritarismo, mas falar em defesa dos trabalhadores? Aí não. Aliás, muitos que ali estarão foram responsáveis pela chegada do energúmeno ao poder.
PRISCIANE SCHROEDER TEIXEIRA
01/05/2020 - 15h49
Faço minhas suas palavras. Ja nem sei se hipocrisia é a palavra..ta mais pra cara de pau e sem vergonhice mesmo!
marco
02/05/2020 - 10h04
pura verdade.
oposição Tabajara.