Pesquisa divulgada hoje pelo Jota/Quaest, com entrevistas realizadas no último final de semana, comprova que o estrago na aprovação do presidente Bolsonaro tem sido grande, e não começou na demissão do ministro Moro.
Vem de antes, e atinge todas as classes.
Para analisar os gráficos abaixo, preste atenção nas linhas vermelhas, que tratam da avaliação negativa, e também nas linhas azuis, que tratam da positiva.
A boca do jacaré se abriu, como se diz no jargão de análises de pesquisa. A rejeição atingiu seu maior ponto, 48%, ao passo que a aprovação caiu para seu menor patamar, 20%.
Se a população brasileira é de 200 milhões de pessoas, isso signica que quase 100 milhões de brasileiros acham o governo do presidente Jair Bolsonaro ruim ou péssimo, ao passo que 40 milhões o consideram bom e ótimo.
Observe que a deterioração ocorreu em todas faixas de renda, inclusive naquelas mais altas.
Entre as classes com renda de 2 a 5 salários, por exemplo, a rejeição explodiu para 53%, ao paso que a avaliação positiva declinou para o mais baixo patamar desde o início da pesquisa, para 21%.
Entre os mais pobres, com renda familiar inferior a 2 salários, a avaliação positiva do presidente caiu para 17%, enquanto a negativa explodiu para 46%.
Entre as famílias de maior renda, acima de 5 salários, a aprovação positiva caiu para 24%, enquanto a negativa é de 45%.
Bolsonaro perdeu apoio inclusive entre os evangélicos, que são o grupo onde ele ainda tem mais apoio: sua avaliação positiva neste grupo, que era de 40% há poucas semanas, caiu para 28%, ao passo que a negativa subiu de 28% para 35%.
Outros gráficos do Jota sinalizam que essa deterioração vai continuar, porque o impacto da saída de Sergio Moro do governo foi muito negativo.
Acho importante ainda qualificar este “negativo”. A maioria das pessoas acredita nas denúncias de Moro.