Pesquisa do Atlas Político realizada entre os dias 24 e 26 de abril, com 2 mil pessoas (íntegra aqui), mostra que a rejeição a Bolsonaro subiu fortemente, com sua imagem negativa batendo em 65%, mais de 15 pontos acima do nível registrado em fevereiro, data da pesquisa anterior.
Os números mostram que Bolsonaro é a liderança política mais rejeitada; 65% de imagem negativa, superou a rejeição de Lula, que ainda é de 60%.
Outros líderes progressistas também tem alta rejeição: Haddad e Ciro, por exemplo, tem rejeição de 56% e 55%, respectivamente.
As melhores pontuações estão exatamente com os ministros demitidos Mandetta (positivo de 63%, negativo de 23%) e Moro (positivo de 57%, negativo de 31%), além do ainda ministro (até quando?) Paulo Guedes (positivo de 40%, negativo de 38%).
Outro gráfico interessante é o apoio ao impeachment, que agora já conta com ampla maioria de 54% da população, contra apenas 37% que são contra.
Pela primeira vez, o Atlas Político mostra os dados segmentados da pesquisa, que confirmam o que vínhamos observando em outras pesquisas: Bolsonaro perdeu apoio em todas as classes, incluindo nas faixas médias de renda, que foram grandes responsáveis por sua vitória eleitoral.
As tabelas e gráficos abaixo trazem três avaliações importantes do governo:
1) aprovação/desaprovação do desempenho pessoal do presidente;
2) avaliação do governo;
3) opinião sobre o impeachment.
Nas três questões, Bolsonaro está mal.
O gráfico abaixo, com a desaprovação por faixa de renda, refere-se à questão número 1, que trata do desempenho pessoal do presidente. Há desaprovação altíssima em todas as faixas de renda, mas chama a atenção a desaprovação de quase 70% nas faixas de renda familiar situadas entre R$ 5 mil e R$ 10 mil. Isso confirma nossas análises anteriores, de que Bolsonaro perdeu boa parte do apoio que ainda gozava entre as classes mais instruídas e de maior renda familiar.
Fiz uma tabela para resumir a aprovação do governo nas três questões. Outro ponto que chama atenção é que, entre famílias mais pobres, com renda até R$ 2 mil, 58% estão a favor do impeachment de Bolsonaro.
Ou seja, os apoiadores de Bolsonaro não podem alegar, ao menos não por esta pesquisa, que estã perdendo apoio na classe média mas ganhando entre as famílias mais pobres.