No PSB
Lídice da Mata afirma que Bolsonaro quer criar “cortina de fumaça” para abafar investigações
24/04/2020
O ex-ministro Sergio Moro será convocado para falar na Comissão Parlamentar de Inquerito (CPMI) da Fake News sobre a acusação de que o presidente Jair Bolsonaro pretendia interferir em inquéritos da Polícia Federal.
A relatora da CPMI, deputada federal Lídice da Mata (PSB-BA), afirmou nesta sexta-feira (24) que a intenção do presidente de ingerir no órgão é uma tentativa de se criar “uma cortina de fumaça” sobre o processo de investigação das fake news no Supremo Tribunal Federal.
A CPMI, que investiga a máquina de disseminação de notícias falsas e assédio de bolsonaristas nas redes sociais, é vista com potencial para implodir o clã do presidente. Isso porque informações indicam que as investigações estão chegando ao “gabinete do ódio” e ao vereador Carlos Bolsonaro.
“Tudo indica, e todos têm falado isso em Brasília, é que as investigações iniciadas no Supremo sobre a prática de fake news, e que coincidem com o período da instalação da CPMI na Câmara e no Senado, teriam chegado até a porta da casa do presidente. Ou seja, teriam chegado a Carlos Bolsonaro”, afirmou Lídice da Mata em uma live nas redes sociais do PSB Nacional.
“E isso fez com que houvesse uma grande mobilização. Acho que isso é uma tentativa de criar uma cortina de furmaça sobre o processo que realmente interessa a eles, que é o processo no Supremo de investigação das fake news”, disse a deputada.
Segundo Lídice, as denúncias do ex-ministro de Moro coincidem com o “forte ataque” do vereador Carlos Bolsonaro ao trabalho do colegiado nessa semana. Um dos alvos da CPMI, Carlos acusou os integrantes da Comissão de planejarem a queda do presidente Bolsonaro. Além disso, Eduardo Bolsonaro pediu no STF a suspensão do colegiado.
Instalada ainda em 2019 com o objetivo de investigar as fake news durante as eleições de 2018, a CPMI tem expandido seu escopo e quebrado sigilos fiscais e bancários de empresas e pessoas físicas.
A investigação ameaça não apenas a máquina política e comunicacional de Bolsonaro e seus filhos, como também empresários bolsonaristas que financiam a rede de notícias falsas e ataques.
Uma das descobertas desse inquérito é a de que empresários gastam ao menos 5 milhões de reais por mês para bancar as milícias. Foram identificados também crimes associados ao patrocínio, como lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e evasão de divisas.
Assessoria de Comunicação/PSB nacional