O caso de Mateus Zerbone serve para aniquilar várias lendas promovidas pelo presidente Bolsonaro (principal difusor de mentiras sobre o Covid-19) sobre a gravidade da doença:
- Zerbone era jovem, 34 anos.
- Zerbone não tinha co-morbidades.
- Zerbone foi tratado com cloroquina.
- Zerbone foi tratado nos melhores hospitais que o dinheiro pode pagar.
- Zerbone morreu de Covid-19.
Na Veja
Filho de dono de afiliada da Globo na PB: outro jovem morto pela Covid-19
Publicitário bem-sucedido na área esportiva, Mateus Zerbone Carlos, de 34 anos, ficou cinco dias internado e não resistiu às complicações do coronavírus
Por Eduardo Gonçalves – Atualizado em 9 abr 2020, 12h57 – Publicado em 9 abr 2020, 12h25
Mais um jovem é vítima de Covid-19 no Brasil. O publicitário Mateus Zerbone Carlos, de 34 anos, morreu no dia 30 de março por complicações de uma pneumonia. O resultado do exame só saiu nesta quarta-feira 8, dando positivo para o coronavírus – nove dias depois de o corpo ter sido cremado.
Ex-diretor de marketing do Náutico, time do qual era torcedor fanático, Zerbone era filho do empresário Eduardo Carlos, presidente da Rede Paraíba de Comunicação, afiliada da Rede Globo no estado, e estava hospitalizado em um dos melhores hospitais de João Pessoa, o Clementino Fraga.
Ele começou a sentir os sintomas normais de uma gripe no dia 25 de março – febre e tosse. Quando passou a ter dificuldades para respirar, foi ao hospital, onde foi internado. O seu quadro de saúde piorou de repente, a sua respiração “descompensou” e ele precisou ser entubado. Na sexta-feira 27, ele começou a fazer tratamento com cloroquina. No domingo, apresentou uma leve melhora, o que chegou a dar esperança à família. Na segunda-feira, no entanto, sofreu uma parada cardíaca e faleceu.
“A equipe médica fez tudo o que podia para salvá-lo, mas o vírus se alastrou de forma devastadora”, conta a tia do publicitário, Geisa Zerbone. “Mateus não tinha comorbidades e não fazia parte do grupo de risco, provavelmente contraiu o vírus de forma comunitária e, em poucos dias, seu quadro evoluiu de uma mera falta de ar sem reflexo no exame de tomografia para um quadro irreversível que o levou à morte”, conta ela, que mal teve tempo para se despedir. “Não há como descrever nosso sentimento. Um rapaz com 34 anos que teve todos os seus sonhos interrompidos e um vazio em uma família pequena”.
Proprietária de um café e funcionária pública, Geisa também fez um apelo a quem acha que a doença é uma “gripezinha” e que não é importante ficar isolado em casa. “É inevitável que essa pandemia provocará uma recessão econômica sem precedentes, mas qualquer pessoa preferirá um filho ou um pai desempregado, mas vivo. O governo poderá ajudar a ressuscitar um CNPJ, mas jamais conseguirá fazer isso com um CPF”, afirma.
Apelidado de Teteu e apaixonado por marketing esportivo, Mateus Carlos chegou a trabalhar na Copa do Mundo de 2014 como gestor da área de limpeza do estádio de Recife e ajudou a estruturar o projeto de publicidade do Naútico. O seu sonho, segundo os amigos, era ter a própria agência de propaganda.