O presidente Jair Bolsonaro postou vídeo de uma professora, que lamenta a sua situação financeira diante da crise do coronavírus, pede que o governo ponha o Exército nas ruas contra as medidas de contenção dos governadores, descreve os governadores como sádicos sem compromisso com o povo, xinga e ridiculariza o trabalho da imprensa, e menospreza o auxílio financeiro de R$ 600 aprovado pelo congresso (ignorando que, para mães solteiras, é na verdade R$ 1.200).
O compartilhamento desse vídeo é um esforço político evidente de tentar jogar a população contra as autoridades constituídas, e por isso é um vídeo subversivo e criminoso.
É também um vídeo que propugna o fim das medidas de contenção, que não vem apenas dos governadores, e sim do próprio governo federal, através de seu ministério da saúde!
Ontem mesmo, na coletiva de imprensa, o ministro da Saúde, Luiz Mandetta, explicava que não era “hora de relaxar”. Que o Brasil teria problemas terríveis se as medidas de contenção não fossem mantidas.
Covarde, Bolsonaro omite que as diretrizes para quarentena vem de seu próprio ministério da Saúde, e não apenas dos governadores.
Quando ela termina de falar, o presidente corrobora o discurso, dizendo que ela fala por milhões de brasileiros, além de postar o seu vídeo em suas redes sociais.
Bolsonaro tenta promover a narrativa de que apenas ele se preocupa com as consequências econômicas do vírus.
É um novo tipo de populismo: o populismo covarde, que tem medo de decisões duras e necessárias, e que procura empurrar toda a responsabilidade da crise nas costas de governos estaduais.
Bolsonaro pagará caro, muito caro, pela covardia e pelo oportunismo politiqueiro.