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No Roda Viva, Atila Iamarino explica porque o mundo não será o mesmo

A entrevista do biólogo e youtuber científico Atila Iamarino ao programa Roda Viva, fez história. Com muitos títulos acadêmicos e especialização no estudo de vírus, apesar de jovem (36 anos), o biólogo foi um dos primeiros a divulgar no Brasil, as projeções do Imperial College of London, de que poderiam morrer mais de 1 milhão […]

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A entrevista do biólogo e youtuber científico Atila Iamarino ao programa Roda Viva, fez história.

Com muitos títulos acadêmicos e especialização no estudo de vírus, apesar de jovem (36 anos), o biólogo foi um dos primeiros a divulgar no Brasil, as projeções do Imperial College of London, de que poderiam morrer mais de 1 milhão de pessoas no Brasil, caso não fossem tomadas medidas urgentes para impedir a disseminação do vírus.

Iamarino hoje parece relativamente satisfeito com as medidas de contenção impostas por governadores e prefeitos, e afirma que o país já salvou centenas de milhares de vidas com essas ações.

Sobre a postura do presidente Jair Bolsonaro, o biólogo procurou, com muita astúcia, fugir da armadilha política de aparecer como um “militante político de oposição”, o que lhe traria enormes dores de cabeça. Sempre que perguntado sobre a postura do presidente, que vai exatamente contra tudo que Átila diz e representa, ele procurou sair pela tangente. Reiteradamente, por exemplo, lembrou que o menosprezo e a falta de investimento em ciência ocorre há muitos anos no país, e que o ministério da Saúde tem feito um trabalho exemplar.

A moderação apolítica de Átila, no entanto, é mais um fator a posicioná-lo como um antípoda, um oposto, do presidente. Ao contrário do núcleo ideológico do presidente, que parece preocupado unicamente em evitar ser responsabilizado pela crise econômica que, fatalmente, advirá, o biólogo não está preocupado em culpar ninguém. Sua obsessão é promover, da melhor maneira possível, verdades científicas e ajudar as autoridades a tomarem as melhores decisões possíveis, dentro de nossa realidade, para salvar o máximo possível de vidas.

Mesmo evitando, a todo custo, marchar nas perigosas trincheiras da polarização política, o biólogo se manteve suficientemente assertivo, direto e transparente para todo mundo entender o que ele e suas ideias significam: o respeito pela informação correta, pelo jornalismo profissional, pelo uso responsável das redes sociais e, sobretudo, pela ciência!

E são essas ideias e valores que, hoje, mais do que qualquer ação dos partidos de oposição ou qualquer postura editorial dos grandes meios de comunicação, tornaram-se o flagelo do governo Bolsonaro.

Entretanto, Átila mostrou que não é apenas um biólogo. É também um cidadão pensante, preocupado com todos os aspectos da vida brasileira, e tem defendido uma coisa que, se olharmos bem, é bastante evidente: a nossa vida e, portanto, a nossa economia, nunca mais será a mesma. Pelo menos não antes de desenvolvermos uma vacina contra o Covid-19, o que deverá demorar mais de um ano. Seria mais inteligente, para governos preocupados com a economia e com o emprego, que pensassem em políticas públicas já pensando nessa nova realidade.

O biólogo advertiu que há vírus muito piores que o Covid-19, e a humanidade até que deu sorte de que sua primeira grande pandemia tenha se dado com esse vírus. E observou que a razão do sucesso da Coreia do Sul no controle da epidemia dentro do país se deu através do grande número de testes e disponibilidade de máscaras.

Essa é a fórmula principal para combater a epidemia ao longo dos próximos meses: uso intensivo de testes.

Para isso, lembrou Atila, o país deverá voltar a investir pesado em pesquisa.

Um dos poucos momentos em que Atila não conseguiu conter sua indignação política foi quando lembrou o caso de um amigo cientista, que havia largado um projeto para trabalhar na pesquisa da vacina contra o Covid-19, e descobriu, em cima da hora, que sua bolsa havia sido cortada por uma portaria do governo federal.

Outro momento antológico da entrevista é quando lhe perguntam sobre o “isolamento vertical”, expressão que tem sido usada por Jair Bolsonaro para defender o fim das medidas de contenção, com isolamento exclusivo dos “grupos de risco”.

Iamarino respondeu que não poderia responder a uma proposta que não havia sido sequer formalizada. Não há nenhum estudo sobre o tal isolamento vertical, nem o governo apresentou nada neste sentido.

A mesma coisa se deu quando se discutiu a eficácia de remédios a base de cloroaquina e hidroxicloroaquina. Iamarino voltou a lembrar que a ciência exige uma postura sempre cética e cuidadosa em relação a esses remédios “milagrosos”, e que apenas após a publicação de estudos exaustivos, com base em testes e experiências, será possível discorrer sobre as qualidades reais desses produtos no tratamento das doenças geradas pelo novo coronavírus. Mais uma vez, Iamarino, com toda elegãncia, fez um contraponto muito claro à postura imensamente irresponsável do presidente Jair Bolsonaro, que tem vendido a cloroaquina com a desenvoltura de um charlatão, causando inclusive desabastecimento desse remédio, para enorme prejuízo das pessoas que efetivamente precisam dele. Bolsonaro forçou o Exército a aumentar a produção de cloroaquina antes mesmo que houvesse estudos que comprovem sua eficácia, ao invés de acelerar a produção de ventiladores, respiradores, e material de proteção, cuja falta poderá, aí sim, gerar morte e caos no sistema nacional de saúde.

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Alan C

31/03/2020 - 11h52

“Outro momento antológico da entrevista é quando lhe perguntam sobre o “isolamento vertical”, expressão que tem sido usada por Jair Bolsonaro para defender o fim das medidas de contenção, com isolamento exclusivo dos “grupos de risco”.
Iamarino respondeu que não poderia responder a uma proposta que não havia sido sequer formalizada. Não há nenhum estudo sobre o tal isolamento vertical, nem o governo apresentou nada neste sentido.”

“Bolsonaro forçou o Exército a aumentar a produção de cloroaquina antes mesmo que houvesse estudos que comprovem sua eficácia, ao invés de acelerar a produção de ventiladores, respiradores, e material de proteção, cuja falta poderá, aí sim, gerar morte e caos no sistema nacional de saúde.”

É SÓ UM IDIOTA SENTADO NA CADEIRA DA PRESIDÊNCIA, JÁ, JÁ ELE SERÁ CHUTADO DE LÁ COMO UM SACO DE BATATA INÚTIL.

augusto

31/03/2020 - 10h33

Bom, qualquer um pode sentir agora que o mundo nao vai ser o mesmo depois… e por razoes bem simples.
Na economia, o povo e uma parte ponderável dos próprios nossos (e alheios) representantes, vá lá, vai ver claro que o thatcherismo,o privatismo e neolibelismo NUNCA vai dar conta de reconstruir o arrasado da terra ao redor. Precisará do Estado em boa escala. Na área da saude, quero ver o que será do ”sistema” norte americano de saude depois dessa. E como o big Pharma vai fazer, o quanto vai gastar para se defender.
Na exemplaridade e no soft power dos paises lideres do mundo, os reis e os soberanos que ate aqui admiramos, estarão de oram em diante nus com a mão no bolso. A UE vai ter que responder a esta pergunta: “Ué, pra que serve essa sigla entao”?


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