Nesta quarta-feira, em coletiva na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro volta a pedir o fim do confinamento e reabertura do comércio, na contramão de todo o planeta.
Em suas redes sociais, o presidente voltou à carga.
A estratégia de Bolsonaro é muito fácil de entender. Ele quer jogar toda a responsabilidade pelos custos do vírus sobre governadores e prefeitos que estão seguindo as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e o exemplo de praticamente todos os países do mundo, além de infectologistas, de que é preciso haver confinamento total nas primeiras semanas, com objetivo sobretudo de “reduzir a curva” dos internamentos, evitando o colapso dos sistemas de saúde.
Ao confrontar essa estratégia, Bolsonaro desautoriza as recomendações do próprio ministério da Saúde.
Agora esperemos a coletiva que o ministro da Saúde, Luiz Mandetta, deverá dar ainda hoje. Há muitas especulações sobre sua demissão, em vista do evidente choque de visões entre ele e seu superior, o presidente Bolsonaro.
O DEM já deixou claro que espera que Mandetta não ceda às pressões do presidente, e mantenha as recomendações sugeridas por cientistas.
Num momento em que o país deveria estar unido no combate ao vírus, adotando medidas de saúde e iniciativas econômicas similares às que vem sendo adotadas pelos principais governos do mundo, do ocidente à Ásia, o presidente Jair Bolsonaro “se rebela” e, de maneira isolada, sem apoio de nenhum governador, nenhum prefeito, nenhum médico, nenhum parlamentar, decide seguir… Olavo de Carvalho.
Bolsonaro está tentando se associar a Donald Trump. Mas não é Trump que mandou fechar qualquer comércio ou escola nos EUA, e não será ele que irá levantar a quarentena, e sim a decisão de governadores e prefeitos, que apenas tomarão uma decisão com base na opinião de infectologistas.