Tensão superada: Bolsonaro e Xi Jinping conversam por telefone

Twitter de Yang Wanming, embaixador da China no Brasil

O pragmatismo, obviamente, falou mais alto. O “gelo” dado pelo presidente da China, Xi Jinping, que não atendia as ligações do presidente Jair Bolsonaro, foi provavelmente calculado.

São duas nações amigas, que precisam uma da outra.

Erros diplomáticos, como os cometidos pelo Brasil, particularmente pelo ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que é uma verdadeira besta, costumam ser varridos para debaixo do tapete em nome do pragmatismo e dos interesses nacionais.

Mas não desaparecem. Os custos de erros diplomáticos são incalculáveis e intangíveis, porque eles significam custos materiais; antes dos insultos de Eduardo Bolsonaro à China, o governo chinês, por exemplo, poderia nos vender cem milhões de máscaras com um desconto de 10%; após os insultos, sem desconto. Não é por outra razão que Kissinger aconselhou Nixon a retomar relações com a China em 1972, e desde então (ou pelo menos até Trump, que surge num momento diferente, quando a China agora se encontra, efetivamente, em pé de igualdade com os EUA, em termos econômicos e tecnológicos), os presidentes americanos são tão educados e corteses com o gigante comunista.

Os insultos de Eduardo Bolsonaro e a descortesia de Ernesto Araújo custaram muito caro ao Brasil. A China, porém, é pragmática demais para cobrar o preço agora, quando ela está tão focada em combater o Covid-19 e em se promover o seu soft-power através da ajuda a outros países nesse combate. Mas ela vai cobrar.

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Redação:
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