O pragmatismo, obviamente, falou mais alto. O “gelo” dado pelo presidente da China, Xi Jinping, que não atendia as ligações do presidente Jair Bolsonaro, foi provavelmente calculado.
São duas nações amigas, que precisam uma da outra.
Erros diplomáticos, como os cometidos pelo Brasil, particularmente pelo ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, que é uma verdadeira besta, costumam ser varridos para debaixo do tapete em nome do pragmatismo e dos interesses nacionais.
Mas não desaparecem. Os custos de erros diplomáticos são incalculáveis e intangíveis, porque eles significam custos materiais; antes dos insultos de Eduardo Bolsonaro à China, o governo chinês, por exemplo, poderia nos vender cem milhões de máscaras com um desconto de 10%; após os insultos, sem desconto. Não é por outra razão que Kissinger aconselhou Nixon a retomar relações com a China em 1972, e desde então (ou pelo menos até Trump, que surge num momento diferente, quando a China agora se encontra, efetivamente, em pé de igualdade com os EUA, em termos econômicos e tecnológicos), os presidentes americanos são tão educados e corteses com o gigante comunista.
Os insultos de Eduardo Bolsonaro e a descortesia de Ernesto Araújo custaram muito caro ao Brasil. A China, porém, é pragmática demais para cobrar o preço agora, quando ela está tão focada em combater o Covid-19 e em se promover o seu soft-power através da ajuda a outros países nesse combate. Mas ela vai cobrar.
Agora, o Presidente da China Sr. Xi Jinping e o Presidente do Brasil Sr. Jair Bolsonaro estão na ligação telefônica para trocar opiniões sobre os importantes temas de interesse comum. pic.twitter.com/qunlnM19kY
— 楊萬明Yang Wanming (@WanmingYang) March 24, 2020
***
Nesta manhã , em ligação telefônica com o Presidente da China, Xi Jinping, reafirmamos nossos laços de amizade, troca de informações e ações sobre o covid-19 e ampliação de nossos laços comerciais. @TerezaCrisMS @ernestofaraujo @rsallesmma pic.twitter.com/nvR7G2tnJI
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) March 24, 2020
Wellington
24/03/2020 - 16h41
Cadê os comentários cafezinho…?
Porquê deletar comentários sem ofensas, palavrões etc…. mas só opiniões ?
Aí já não é mais moderação….
Alexandre Neres
24/03/2020 - 17h46
Miguel, não se dê ao luxo de responder ao Wellington. Ele é um comentarista-combo, tem pelo menos uns 20 ali dentro. Se o fizer, vai passar o tempo todo respondendo às várias personas que ele incorpora. Será que ele se veste de Andressa nas horas vagas quando ninguém está à espreita?
NeoTupi
24/03/2020 - 14h58
Depois disso no twitter da embaixada da China, em 5 postagens, mostrou o teor da conversa “amável com um porrete na mão”.
Depois do chá de cadeira no Bozo de uns 4 dias, a China enquadrou o Bozo a apoiar as decisões multilaterais no âmbito do G-20. O que vai contra a posição de satélite do Trump, e era a política externa articulada por Lula/Amorim.
Bozo, depois de levar uma fumada da China, vai levar outra dos EUA, pelo que acordou com a China. É a besta que não sabe negociar com ninguém, sempre trazendo prejuízos ao Brasil.
Paulo
24/03/2020 - 12h54
Sobre esse assunto, das relações bilaterais Brasil-China, tem uma matéria da Carta Capital interessante, reconhecendo que a reação chinesa ao comentário do 03 foi mais dura que o usual por envolver questões ligadas à tecnologia 5 G (o interesse da Huawei no Brasil e a pressão americana contrária). O Brasil, mais uma vez, se humilhou, com todo o staff político e diplomático (incluindo os presidentes da Câmara e do Senado) correndo atrás do embaixador e do presidente chinês, com Bolsonaro tendo que calar a boca diante da injúria perpetrada pelo embaixador à sua família – provavelmente porque deve ter sido repreendido pelo agronegócio. Tristes tempos…
Alexandre Neres
24/03/2020 - 13h10
Como de costume, divirjo dos comentários do Paulo. Bolsoignaro é acima de tudo um anti-Geisel, que soube muito bem conduzir os interesses do Brasil mundo afora. A crítica à China veio do Eduardo Bananinha, respaldada pelo anti-chanceler, depois que aquele voltou de Miami para ser papagaio de pirata do Trump. Numa hora dessas, o Brasil não pode nem cogitar em se afastar da China, que pode tanto ser útil no caso do coronavírus quanto deixar de comprar nossas commodities como reação, daí a importância de os líderes do Congresso agirem rápido para aparar arestas e não deixar a familícia nos atrapalhar ainda mais do que já faz diariamente.
Paulo
24/03/2020 - 18h19
Os presidentes congressistas, especialmente o da casa legislativa do deputado, não pode desautorizar um parlamentar que apenas exerce seu direito à palavra, protegido constitucionalmente, aliás. Atira no próprio pé e se descredencia para o exercício da função e do cargo (o surpreendente é que ninguém parece perceber isso). De resto, fique à vontade para divergir, Alexandre! Sem contraditório não há debate e ninguém é dono da verdade, são só opiniões…
chichano goncalvez
24/03/2020 - 12h51
O capacho brasileiro, diga-se Bolsobosta, mais uma vez deu marcha a ré, ele não sabe nada de nada, é um inutil, realmente, somos uma ferrari pilotada por drogado.
Wellington
24/03/2020 - 12h49
Os unicos insultos aos Brasil e as insitituçoes foram os do embaixador chines tanto que retirou as afirmaçoes levianas e completamente fora do lugar que féz.
O Deputado Boslonaro deu a propria opiniào como qualquer pessoa pode fazer…fora da China.