Armínio Fraga e a lição da história: “agora somos todos keynesianos”

Em 1971, após decidir que os EUA deveriam abandonar o “padrão-ouro”, o então presidente Richard Nixon teria dito: “Agora eu sou um keynesiano em economia”.

A frase, no entanto, havia sido antes cunhada por Milton Friedman, o príncipe do neoliberalismo da escola de Chicago. Um artigo publicado na Time, em dezembro de 1965, citava a frase: “Agora somos todos keynesianos”, atribuindo-a a Milton Friedman.

O próprio Friedman, numa carta à Times em 1966, admite a autoria da frase, mas a expressão completa, segundo ele, era: “Num determinado sentido, somos todos keynesianos agora; em outro, ninguém mais é um keynesiano”.

Menciono essa história, porque a participação de Armínio Fraga no Roda Viva marca o início de novos tempos na história da política econômica: novamente, somos todos keynesianos. Inclusive nossos antigos príncipes do neoliberalismo, como Armínio Fraga.

Isso significa acreditar no papel do Estado forte, na importância de manter a estabilidade da demanda, através do investimento público, e, sobretudo, numa visão muito mais humanista e pragmática em relação às políticas de manutenção do emprego.

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No canal do Roda Viva:

No Roda Viva, a jornalista Vera Magalhães recebe o economista Armínio Fraga.

Doutor em economia pela Universidade de Princeton, Armínio tem graduação e mestrado pela PUC do Rio de Janeiro – escola que formou alguns dos melhores economistas do país. Foi professor visitante na Escola de Finanças da Wharton School, da Universidade da Pennsylvania, e professor adjunto na Universidade de Columbia, em Nova York. No setor privado, foi vice-presidente do banco de investimentos Salomon Brothers, em Wall Street, diretor do Fundo Soros e fundador da Gávea Investimentos. Em 1999, no segundo governo de Fernando Henrique Cardoso, assumiu a presidência do Banco Central, que exerceu até 2002, deixando importante contribuição no combate à inflação.

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