É meio ridículo se preocupar, hoje, com as eleições municipais deste ano, que aliás possivelmente serão adiadas para ano que vem.
Por outro lado, é saudável distrairmos nossos pensamentos com outros temas, e nada me parece mais importante do que política.
A julgar por uma pesquisa Ibope divulgada hoje no Estadão, a situação em São Paulo, de qualquer forma, parece blindada do “risco Bolsonaro”.
Na verdade, o maior risco de “outsider” é Russomano. Mas deixemos para analisar sua candidatura em outro momento, caso ele se mantenha na liderança por mais tempo.
Guilherme Boulos pontuou 6%, uma boa marca para ele, possivelmente em função do recall conquistado por sua candidatura à presidente, além de sua atuação combativa na oposição a Bolsonaro. Com o PT sem um candidato forte, Boulos herda boa parte desse eleitorado, o que explica sua hesitação em se lançar antes de ter mais informações sobre a presença ou não de Fernando Haddad.
Marcio França está em terceiro lugar, com 9%; não é mal, e sua baixa rejeição lhe abre uma larga avenida para crescer.
A pesquisa mostra ainda 34% de nulo/branco e indecisos, aos quais devemos somar os 24% dos votos instáveis de Russomano. São quase 60% de votos ainda à espera de um candidato.
O atual prefeito Bruno Covas, de qualquer forma, permanece o favorito para reeleição, porque conseguiu se descolar do bolsonarismo, morder um pouco o voto de esquerda, e ao mesmo tempo, por ser do PSDB, se manter blindado do antipetismo e antiesquerdismo. Seu maior adversário hoje é sua saúde, pois ele enfrenta um câncer muito agressivo. Caso consiga superar a doença, e torço para que consiga, ele me parece um candidato difícil de vencer, até mesmo porque a própria doença lhe dá uma aura de heroismo, além de proteger naturalmente de ataques políticos, que serão vistos como “covardes”.