O instituto Paraná Pesquisas divulgou, agora há pouco, uma nova sondagem de intenções de voto para as eleições municipais no Rio de Janeiro. Os pesquisadores foram a campo entre os dias 14 e 19 de março de 2020.
Vamos fazer a análise quadro a quadro. Os comentários vem depois dos quadros.
O prefeito Crivella é um dos mais rejeitados do país. Segundo a pesquisa, 74% o rejeitam. Sua rejeição é maior entre eleitores com ensino médio (75%) e superior (82%).
O governador também tem rejeição forte, de 59%.
As duas rejeições mostram que candidatos identificados com esses dois, com o prefeito e com o governador, enfrentarão dificuldades de se elegerem.
Já o presidente Jair Bolsonaro ainda tem aprovação positiva na cidade do Rio: 48,5% aprovam-no, e 46,5% o desaprovam. Talvez isso mude na próxima pesquisa, a depender de como a população julgará a postura do presidente diante da crise do coronavírus. O presidente é mais rejeitado entre jovens e eleitores mais pobres.
Essa é uma tabela importante, porque mostra o potencial de voto dos principais candidatos. Eu fiz um resumo dos resultados, e totalizei um “saldo”, subtraindo o potencial positivo do negativo.
Crivella e Freixo tem uma rejeição muito forte: 73% dos entrevistados responderam que “não votariam de jeito nenhum” nele para prefeito do Rio; e 62% não votariam de jeito nenhum em Freixo. Com isso, Crivella registrou um saldo negativo de 48%; Freixo também entrou no negativo, com déficit de 29%. Saldo negativo significa que há mais eleitores dispostos a NÃO votar naquele candidato do que a votar.
O potencial de votos desses dois, somando votos de “com certeza” e “poderia votar”, é de 33,3% para Freixo e 25,5% para Crivella.
Paes tem rejeição de 51,1%, que também é alta, mas bem menos que a de Freixo e Crivella.
A delegada Martha Rocha pontua bem nesse quadro, porque soma 48,2% de votos com certeza e votos potenciais, contra 36% de rejeição.
Agora vamos aos cenários.
Nos cenaŕio 1 e 2, vemos Eduardo Paes isolado na liderança, com 28% dos votos, de um lado, e Freixo, Crivella e Martha Rocha em empate técnico, de outro.
Dando um close no cenário 2, observamos que Freixo é mais forte entre os jovens até 24 anos, onde lidera com 24,3% dos votos, figurando em primeiro lugar na pesquisa; entre os eleitores com mais de 60 anos, porém, Freixo cai para 8%, ao passo que Eduardo Paes sobe para 36,4% nesse segmento. Freixo também lidera entre eleitores com ensino superior, onde tem 24,6%, mas tem apenas 6,5% entre aqueles apenas com ensino fundamental.
Essa força entre jovens e mais instruídos pode ser um trunfo para Freixo, se ele souber usá-lo bem.
Martha Rocha, por sua vez, tem pontuação equilibrada em todos os segmentos, e seu maior trunfo é a baixa rejeição, o que poderia lhe beneficiar num eventual segundo turno.
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